Em 2020, líderes de mais de 100 nações se comprometeram a parar o desmatamento e reverter a perda florestal até 2030. No entanto, o mundo está falhando nesse compromisso. É o que alerta a Avaliação de Declaração Florestal, elaborada por um grupo com investigadores e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Este grupo, formado por países e territórios, representa praticamente todas as florestas do mundo. Sua missão é evitar o desflorestamento e recuperar cerca de 350 milhões de hectares de florestas. Porém, o desmatamento aumentou cerca de 4% no último ano.
A divulgação da avaliação acontece cerca de um mês antes da reunião que irá discutir sobre mudanças climáticas com líderes globais. Mas ONGs e investigadores se preocupam que o desflorestamento não seja discutido com a devida atenção. Isso porque o uso de combustíveis fósseis e energia renovável devem ser as principais pautas.
Erin Matson, principal autora da avaliação, aponta, em resposta à AFP, que os compromissos para 2030 são importantes para manter o clima habitável no planeta. Isso porque as florestas podem ajudar a reduzir os efeitos das mudanças climáticas, “sequestrando” da atmosfera o carbono emitido pelos humanos.
Só que cerca de 6,6 milhões de hectares de florestas foram perdidos em 2022 – 20% a mais do que deveria ter sido para os compromissos serem seguidos. Para a avaliação, os pesquisadores consideraram incêndios florestais e a perda de biodiversidade, que afetam a saúde geral de uma floresta.
O mundo está falhando com as florestas, com consequências devastadoras à escala global. Desde que o compromisso global foi feito, uma área de floresta tropical do tamanho da Dinamarca foi perdida.
Fran Price, responsável florestal global da WWF.
Ainda há esperança
Apesar da degradação ambiental continuar sendo um grande problema, os dados recolhidos pela avaliação podem não significar o fim do mundo, devido a alterações que podem acontecer ano a ano.
Ainda segundo o documento, quase 50 países estão no caminho certo, mesmo que alguns desses estejam em risco. Entre eles, estão: Brasil, Indonésia e Malásia.
No caso do Brasil, o país tem demonstrado interesse em renovar a Amazônia – mas o Cerrado se tornou o novo alvo. Já a Indonésia teve uma moratória sobre a desflorestação que pôde garantir o seu sucesso, só que uma nova legislação sobre a criação de emprego pode enfraquecer esses avanços.
Por outro lado, a União Europeia implementou medidas para evitar a importação de mercadorias que impulsionam o desmatamento, além de investir mais dinheiro na proteção de florestas.
Fonte: Olhar Digital
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