Nesta quarta-feira, 25 de outubro, uma nota técnica lançada pela Oxfam Brasil ressaltou um desafio para o Brasil se tornar autossuficiente na produção de vacinas: a dependência na importação de matéria-prima para a produção, tanto de vacinas quanto de medicamentos em geral. O documento, intitulado “Capacidade de Produção de Vacinas no Brasil,” enfatiza que o país importa cerca de 90% dos insumos necessários para a fabricação de vacinas, bem como 50% dos equipamentos médicos.

A nota técnica da Oxfam Brasil destaca o papel fundamental de instituições nacionais de renome, como o Instituto Bio-Manguinhos, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Instituto Butantan, que é o décimo maior produtor de vacinas no mundo.

No entanto, ressalta que o Brasil está longe de alcançar a autossuficiência nesse setor. Enquanto a China mantém mais de mil fábricas produtoras de matéria-prima para vacinas (IFA), o Brasil conta com aproximadamente 15 fábricas.

O documento observa que a dependência excessiva de insumos estrangeiros coloca o Brasil à mercê de flutuações nas relações comerciais internacionais, em especial durante períodos de tensões geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia. Essa vulnerabilidade poderia comprometer o fornecimento de insumos essenciais para a produção de vacinas no país.

Outros desafios

A vacinação reduziu significativamente as infecções por covid-19, mas especialistas temem novos surtos e alertam para o perigo da redução na procura pelas doses de reforço. Ao mesmo tempo, há a necessidade de preparar o sistema de saúde para eventos futuros que possam pressionar a demanda por cuidados, como o envelhecimento da população previsto para as próximas décadas e as mudanças climáticas.

Trecho da nota técnica da Oxfam