Sábado, Dezembro 6, 2025
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IA no cinema: avanço traz desafios e oportunidades para a indústria

Ilustração de mão robótica segurando folha de papel com quadrados rosas em volta

Cineastas renomados levantaram um alarme sério durante uma conferência sobre inteligência artificial (IA) em Paris, organizada pela Unesco. Segundo eles, a IA poderia assumir o controle não apenas do cinema, mas de diversas áreas da atividade humana.

Para quem tem pressa:

Joseph McGinty Nichol, diretor de “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, pintou um cenário apocalíptico. Ele afirmou que a IA poderia substituir centenas de milhares de profissionais na indústria cinematográfica, incluindo atores, roteiristas e artistas de efeitos visuais, nas próximas décadas.

Os especialistas advertem que a regulamentação da IA é crucial para preservar a criatividade e os empregos na indústria do entretenimento, conforme publicado pelo Euronews.

Inteligência artificial no cinema

Mãos robóticas sobre teclado
(Imagem: Thinkstock)

A discussão central gira em torno da capacidade da IA de criar conteúdo original. Alguns argumentam que, por mais avançada que a IA seja, ela permanece uma imitadora e não rivaliza com a originalidade de cineastas consagrados.

Contudo, Christóbal Valenzuela, CEO da empresa líder em geração de vídeo por IA, a Runway, vê a tecnologia como uma ferramenta inovadora que democratizará a produção cinematográfica, tornando-a mais acessível e criativa.

Valenzuela também acredita que a IA pode expandir o alcance do cinema para um público mais amplo. Isso porque permitiria que talentos individuais criem com apenas um smartphone e tecnologia de IA.

No entanto, em Hollywood, há uma profunda desconfiança em relação a essa visão otimista. O sindicato dos atores SAG-AFTRA enfrenta sua greve mais longa, refletindo a preocupação sobre quem detém os direitos de imagem de um ator, se for replicada pela IA.

Os roteiristas também pararam de trabalhar por meses em 2023, temendo a exploração, sem permissão, de seus trabalhos originais por empresas especializadas em inteligência artificial.

Pontos e contrapontos

Ilustração de mão humana quase tocando mão robótica de inteligência artificial
(Imagem: Willyam Bradberry/Shutterstock)

Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe da SAG-AFTRA, reconhece que a IA é inevitável. Mas enfatiza a necessidade de proteger os interesses dos artistas. Ele destaca a importância do consentimento informado e da compensação justa para aqueles cujo trabalho é reproduzido ou replicado pela IA.

Enquanto a IA promete aumentar a produtividade, reduzindo a necessidade de refilmagens e lidando com tarefas mundanas, há também a preocupação com o plágio e a perda de oportunidades para artistas iniciantes.

Os especialistas concordam que a regulamentação e colaboração global são essenciais para garantir que a IA sirva à humanidade, e não o contrário. Por isso, os legisladores têm um papel fundamental a desempenhar na proteção da criatividade humana no mundo da inteligência artificial.

Fonte: Olhar Digital

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