Manaus foi considerada a cidade com ar mais poluído do mundo em 11 de outubro por conta da fumaça das queimadas – problema que vem acontecendo no estado do Amazonas desde setembro. E, apesar das mudanças climáticas contribuírem para os incêndios, a ação humana é a principal causa.

Em alguns biomas brasileiros – Cerrado, Pampa e Pantanal, por exemplo – incêndios fazem parte do ecossistema. Eles ocorrem naturalmente e a vegetação é adaptada para isso. No entanto, um estudo revelou que os índices de queimadas na Caatinga, Mata Atlântica e na Amazônia já estão praticamente no mesmo nível. A pesquisa, publicada na PeerJ, analisou dados de incêndios florestais brasileiras entre 2011 e 2020.

Incêndios na Amazônia

Rescaldo de um dos incêndios florestais que atingiram terras indígenas no Brasil
(Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

Na Amazônia, a principal causa das queimadas é o desmatamento para atividades agropecuárias. Além disso, a construção de estradas e ferrovias podem ser atribuídos à derrubada das árvores. Toda essa madeira derrubada é um ótimo combustível para o fogo se espalhar, junto às fortes secas que atingem a região.

As recentes secas intensas que vêm ocorrendo na região do Amazonas tem causado aumento das temperaturas e a redução das chuvas, criando um ambiente que facilita a propagação do fogo. Além disso, a vice-presidente executiva da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco), Luisa Maria Diele-Viegas, aponta, num artigo ao The Conversation, que as consequências das queimadas podem piorar ainda mais a situação climática.

A vice-presidente da Abeco explica:

A degradação causada pelos incêndios pode criar feedbacks negativos, tornando a floresta menos capaz de reter água e, assim, agravando a seca e as condições propícias para mais incêndios.

Luisa Maria Diele-Veigas

Outras consequências dos incêndios na Amazônia, são:

De acordo com Diele-Veigas, para reduzir os prejuízos das queimadas na região é preciso existir um esforço real para combater o desmatamento ilegal e incentivar práticas agropecuárias sustentáveis, além de traçar estratégias para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.