Um gel magnético desenvolvido por pesquisadores de Cingapura pode acelerar em até três vezes o tempo para a cicatrização de feridas em pacientes com diabetes. O produto, que foi apresentado em um estudo publicado na revista Advanced Materials, tem o potencial de reduzir o número de amputações de membros em função da doença.

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Infecções podem levar a amputação de membros

Gel magnético também pode reduzir o número de amputações de membros por infecções não cicatrizadas (Imagem: reprodução/National University of Singapore)

Como funciona o gel magnético

Segundo os pesquisadores, as ataduras convencionais não desempenham um papel ativo na cicatrização de feridas de pessoas com diabetes. Elas apenas impedem que a ferida piore, e os pacientes precisam ser agendados para a troca de curativos a cada dois ou três dias, o que representa um grande custo para o sistema de saúde.

O gel de cicatrização de feridas surge como esperança neste cenário. Ele é carregado com dois tipos de células da pele: os queratinócitos e os fibroblastos. A primeira é essencial para a reparação da pele, enquanto a outra ajuda a formação de tecido conjuntivo.

Além das células, o gel também contém pequenas partículas magnéticas. Assim, cada tratamento envolve a aplicação de uma bandagem com o gel.

Testes em laboratório combinaram a aplicação do gel com uma estimulação magnética por cerca de uma a duas horas. Assim, ele cicatrizou feridas diabéticas cerca de três vezes mais rápido do que as abordagens convencionais atuais.

Isso porque a combinação aumenta a atividade dos fibroblastos, o que gera crescimento das células e estimula a produção de colágeno, que é essencial para a cicatrização. Isso também melhora a comunicação com os queratinócitos para promover a formação de novos vasos sanguíneos.

De acordo com os pesquisadores, embora o estudo se baseie na cicatrização de feridas nos pés de pacientes com diabetes, a tecnologia tem potencial mais amplo. A ideia é que ela possa tratar uma série de outras feridas complexas, como queimaduras.

Agora, os pesquisadores estão colaborando com um estudo clínico para testar a eficácia do gel usando tecidos humanos de pacientes diabéticos.