Um estudo da Universidade da Califórnia observou recentemente que uma população remota de chimpanzés da Uganda, na África, pode compartilhar com os humanos não apenas semelhanças físicas externas, mas o marcador para o fim da fertilidade. Isso significa, segundo dados da pesquisa, que a espécie também pode enfrentar a temida menopausa.
O que você precisa saber:
De acordo com a pesquisa, publicada na Science, no caso dos chimpanzés Ngogo, a fertilidade começou a diminuir por volta dos 30 anos, não sendo observados nascimentos após os 50 (nos humanos, a menopausa tende a iniciar aos 50). Alguns deles sobreviveram de forma saudável ainda por 10 ou 15 anos após o fim do período de reprodução, estreitando ainda mais as semelhanças com o ser humano.
Chimpanzés, os parentes vivos mais próximos dos humanos
Pesquisas já confirmaram que os chimpanzés e os bonobos (outra espécie de chimpanzé) são os parentes vivos mais próximos dos humanos. No entanto, a raridade da menopausa entre os animais há muito intriga investigadores, tornando os novos resultados uma descoberta e tanto.
Estudos anteriores com orcas, por exemplo, sugerem diversas teorias:
Novos dados de populações menos conhecidas podem derrubar suposições sobre a história de vida até mesmo das espécies mais familiares. Se os chimpanzés evoluíram para passar pela menopausa, as teorias para explicar isso podem precisar se concentrar nas semelhanças entre as sociedades dos macacos e das baleias.
Michael Cant, biólogo evolucionista da Universidade de Exeter, não envolvido no estudo.
No entanto, para o antropólogo evolucionista da Universidade da Califórnia e líder da pesquisa, Brian Wood, isso parece pouco provável no caso dos chimpanzés.
As fêmeas idosas vivem geralmente separadas das filhas, uma vez que as filhas abandonam os seus grupos natais na idade adulta.
Em suma, o estudo abre uma nova página sobre a evolução da menopausa em animais. No caso dos chimpanzés, mostra ainda que pesquisas anteriores podem ter subestimado a expectativa de vida da espécie em um habitat natural e sem caça.
Fonte: Olhar Digital
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