Em 24 de setembro, após sete anos de missão e uma jornada de mais de 6,2 bilhões de quilômetros, a espaçonave OSIRIS-REx entregou à Terra uma amostra do asteroide Bennu, que se estima ter 4,5 bilhões de anos.

O material coletado ajudará os cientistas a aprender sobre a formação do Sistema Solar, revelando se asteroides como Bennu contêm ingredientes químicos favoráveis à vida. Conforme já adiantou a NASA, a amostra conta com evidências de alto teor de carbono e água.

A amostra OSIRIS-REx é a maior amostra de asteroide rica em carbono já entregue à Terra e ajudará os cientistas a investigar as origens da vida no nosso planeta nas próximas gerações.

Bill Nelson, diretor da NASA.

Bennu
Amostras de material do asteroide Bennu podem ser vistas no centro à direita. Os cientistas encontraram evidências de carbono e água na análise inicial deste material. (Imagem: NASA)

Para a ciência, a amostra tem um valor importante, mas quanto valem materiais extraterrestres como esse?

Conforme divulgou Chris Impey, professor de Astronomia na Universidade do Arizona em artigo para o Live Science, um “punhado de asteroides” custa cerca de US$4,7 milhões (mais de R$23 milhões) por grama, que é cerca de 70 mil vezes o preço do ouro (que atualmente custa US$67 por grama).

O primeiro material extraterreste que chegou à Terra veio através das missões Apollo. Entre 1969 e 1972, astronautas trouxeram 382 kg de amostras lunares. Com o ajuste pela inflação, esses materiais valeriam US$674 mil por grama.

Asteroides que caem na Terra

Asteroides passam pela órbita da Terra todos os dias, a todo momento. Muitas vezes, eles atravessam a atmosfera do planeta e acabam se destruindo durante essa passagem extremamente quente. Alguns pedaços, no entanto, podem sobreviver ao processo e chegar à superfície. Esses fragmentos são chamados de meteoritos.

Por, literalmente, “caírem do céu”, não exigindo esforços tão grandes quanto as missões de coleta de amostras de asteroides no espaço, os meteoritos costumam ser vendidos por cifras bem mais baixas. Os mais comuns deles, chamados condritos, custam cerca de US$0,50 por grama. Os condritos diferem das rochas normais da Terra por conter grãos redondos chamados condras que se formaram como gotículas derretidas no espaço no nascimento do Sistema Solar.

O preço sobe para US$1,77 por grama nos meteoritos de ferro, que contam com uma crosta escura — causada pelo derretimento ao atingir a atmosfera — e longos cristais metálicos.

Existem também os palasitos, que são meteoritos de ferro pedregoso misturados com o mineral olivina. Quando essas rochas são cortadas e polidas, elas ganham uma cor verde-amarelada. Esse tipo pode custar US$35 por grama.

Meteoritos identificados como vindos da Lua podem valer até US$166 por grama, enquanto os de Marte chegam a US$388 por grama.

Materiais mais baratos e mais caros

Ainda de acordo com Impey, alguns elementos e minerais costumam ser mais caros devido a sua escassez. Elementos encontrados na tabela periódica tem preços baixos. Por exemplo, 100 gramas de carbono custam US$2,40, a mesma quantidade de ferro sai a menos de um centavo, e poucos centavos para alumínio.

Por outro lado, há sete elementos radioativos extremamente raros na natureza com altas avaliações. O mais caro é o polónio-209, que custa US$49 bilhões por grama.

Pedras preciosas, ou materiais gemológicos, também costumam ter valores altos. Diamantes brancos, por exemplo, custam 100 vezes o preço do ouro.