Os materiais apreendidos pela Polícia Federal na operação que investiga o uso de um software espião para monitorar ilegalmente jornalistas e adversários políticos durante o governo Jair Bolsonaro (PL) revelaram um novo esquema clandestino de espionagem dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As autoridades encontraram outros dispositivos invasivos, que estavam sendo utilizados para invasão em massa de computadores.
Leia mais
Invasão de todo o conteúdo do computador
PF quer saber como funcionava o novo esquema na Abin
Agora, a Polícia Federal quer saber quantos computadores foram infectados e espionados por essa nova ferramenta. E quem foram os alvos. As informações referentes ao inquérito seguem sob sigilo para não atrapalhar as investigações sobre os sistemas ilegais de espionagem feitos por servidores e ex-servidores da Abin.
Na semana passada, a PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto, número 3 da Abin, e de outros quatro servidores.
A suspeita é que a agência usou um programa espião para monitorar ilegalmente celulares de jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. No total, teriam sido feitos 33 mil “consultas” com o software, que permite acesso a dados de geolocalização, mas não o conteúdo dos aparelhos. Ou seja, não possibilitaria que ligações ou conversas fossem grampeadas.
Em 11 de abril, a Abin enviou ao STF e à PF uma planilha contendo a lista de números de telefones monitorados pelo órgão durante o governo Bolsonaro. E também um documento com o nome de 35 servidores que tiveram acesso à ferramenta FirstMile.
Fonte: Olhar Digital
Comentários