Personagens diferentes, desfechos semelhantes. A LDU novamente entrou no caminho de um clube brasileiro e no drama dos pênaltis conquistou o continente.
Na final da Sul-Americana, o Fortaleza controlou boa parte do duelo, saiu em vantagem no começo do segundo tempo, mas sofreu o empate e viu a decisão do título inédito ir para a marca penal.
Mesmo com duas defesas de João Ricardo, o Leão perdeu a chance de finalizar a disputa e sofreu com a frieza do goleiro Domínguez, que segurou três cobranças e garantiu o bicampeonato do time equatoriano.
Na sua primeira disputa de decisão internacional, o Fortaleza demonstrou maturidade e ímpeto para tomar a iniciativa dos minutos iniciais. Contra a experiente LDU, o Leão mostrou coragem e comandou as ações primárias da final.
A marcação forte e a paciência para trocar passes até os espaços surgirem deram ao Fortaleza o domínio durante toda a etapa inicial. Aos oito minutos, o “Laion” assustou na bola aérea e Zé Welison desviou com perigo de Pochettino.
Para aliviar a pressão, a LDU apostou nas saídas rápidas e na força da sua bola aérea. No entanto, as tentativas equatorianas oportunizaram espaços para os comandados de Vojvoda explorarem a velocidade das pontas. Aos 19, Marinho disparou pela ala direita, invadiu área e deixou dois defensores no chão, mas teve preciosismo na hora de finalizar, permitindo a recuperação da zaga.
Apesar de permanecer ditando o ritmo da decisão, o time brasileiro perdeu a intensidade ofensiva no decorrer do primeiro tempo e voltou a levar perigo somente através da bola parada. A reta final da etapa aumentou os duelos físicos e a tensão dos dois lados, que optaram por não se expor antes do intervalo.
Diferente dos primeiros 45 minutos, as duas equipes voltaram do vestiário de forma agressiva, deixando o confronto aberto e equilibrado no início da segunda etapa. Logo na primeira ida ao ataque, Jhojan Julio recebeu completamente livre dentro da área e, no duelo mano a mano com João Ricardo, parou no goleiro brasileiro.
A resposta do Fortaleza chegou de forma imediata e ainda mais efetiva. Na sequência do lance, Pochettino avançou pela direita com liberdade, cruzou no primeiro poste e Lucero se antecipou ao marcador, desviando para as redes.
O gol com dois minutos de jogo animou a decisão e deu confiança para o time nordestino, que quase ampliou o placar na sequência. Após lançamento longo demais, o goleiro Domínguez deixou a bola escapar e Pochettino, por muito pouco, não conseguiu empurrar nas redes.
Experiente e veterana, a LDU não se deixou abalar com o momento de turbulência e aumentou sua produção ofensiva. Sem dar tempo para o Leão administrar a vantagem, o time equatoriano arrancou o empate logo em seguida. Aos dez, Alzugaray recebeu lançamento, invadiu a área pelo lado direito e, ao clarear para o meio, acertou um belo chute no canto oposto.
A igualdade recolocou a partida no estágio zero, devolvendo a posse ao Fortaleza e deixando a LDU postada para contragolpear. Aos 25, a entrada de Yago Pikachu aumentou a qualidade da bola parada e das finalizações do time nordestino. No primeiro toque na bola, o meia mandou no canto e obrigou uma boa intervenção do Domínguez. Na bola parada, Bruno Pacheco também apareceu com liberdade e colocou novamente o veterano goleiro para trabalhar.
Mesmo com o Tricolor de Aço insistindo, a bola não voltou a balançar as redes. As modificações, promovendo as chegadas de Thiago Galhardo e Machuca, deram fôlego novo ao ataque brasileiro, mas não impediram a prorrogação.
A prorrogação escancarou desde o seu início o desgaste físico das duas equipes. Com excesso de erros dos dois lados e queda na velocidade dos ataques, Fortaleza e LDU passaram a valorizar cada ida ao setor ofensivo.
Os lances de bola aérea se tornaram ainda mais uma alternativa para os dois times encontrarem o caminho das redes. Apesar da leve superioridade, o Leão viveu um drama nos últimos 15 minutos com a lesão do zagueiro Titi, terminando a partida no sacrifício por conta de Vojvoda já ter usado todas as substituições. Mesmo descontado, o Tricolor suportou a iniciativa equatoriana e levou a decisão para as penalidades.
Nas cobranças de pênalti, o brilho de João Ricardo apareceu cedo e o goleiro do América segurou a batida do veterano Paolo Guerrero. Após Thiago Galhardo e Pikachu sustentarem a vantagem tricolor, Silvio Romero parou em Domínguez e permitiu o empate.
Na última sequência, o arqueiro do Leão surgiu novamente como herói e espalmou a cobrança de Alvarado, deixando nos pés de Pedro Augusto a decisão do título. Duelando pelo protagonismo da decisão, o arqueiro equatoriano também brilhou e impediu o título.
Nas alternadas, Piovi superou João Ricardo e Domínguez garantiu a festa equatoriana defendendo a batida de Brítez.
Fonte: Ogol
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