O artilheiro da Liga dos Campeões ou o craque da Copa do Mundo. O nome da histórica tríplice coroa do Manchester City ou o gênio que recolocou a Argentina no topo do mundo. O novo ou o velho? Erling Haaland ou Lionel Messi. Um dos dois vai levar a Bola de Ouro nesta segunda-feira, dia 30, com a sensação de justiça e controvérsia.
O tradicional prêmio de melhor do mundo distribuído pela France Football traz uma das disputas individuais mais acirradas e curiosas dos últimos tempos. Muito em parte por conta de eventos singulares, o principal deles a Copa do Mundo fora de época, que pode diminuir o impacto do desempenho no principal torneio do futebol mundial.
A equipe oGol fez o seu levantamento habitual dos números e argumentos de cada um dos dois principais candidatos ao prêmio. A começar pelo fenômeno norueguês.
Erling Haaland é um craque fora do padrão. Não é o mais vistoso, nem o mais habilidoso ou mais veloz, mas sem dar espaço para qualquer crítica por conta de seus gols. Na história do futebol inglês moderno, nunca um jogador marcou tantos gols em um ano, 52, um fato que ganha ainda maior relevo considerando ter sido a sua temporada de estreia no país, pelo Manchester City, e com apenas 22 anos.
36 gols de Haaland foram na Premier League. O fenômeno norueguês se sagrou, naturalmente, artilheiro do torneio. Mais que isso, foi o maior goleador de uma edição da fase moderna, desde 1992. Com 12 gols, Haaland foi artilheiro da Liga dos Campeões. O centroavante teve mais gols marcados que jogos (11).
Nas estatísticas, é impossível se igualar a Haaland em 2022/23. Foram 55 gols e nove assistências em 55 jogos por clube e seleção. Mas os prêmios de melhor do mundo costumam vir para quem teve grandes conquistas coletivas, e o atacante conseguiu ser campeão Inglês, da Copa da Inglaterra e da Liga dos Campeões na mesma temporada. Mais um feito histórico para esta máquina de fazer gols.
Contra Haaland pesa apenas o fato de não ter sido decisivo nas semifinais e finais da Liga dos Campeões, e do Manchester City já ser o time dominante na Inglaterra antes de sua chegada. Além, claro, de ter Lionel Messi como concorrente.
Para a Argentina, Maradona é como Pelé, quase intocável. Seria praticamente impossível encontrar alguém capaz de o igualar na idolatria por lá, quem diria o superar. Pois foi basicamente o que fez Lionel Messi. Há muito o maior craque da história argentina quando consideramos seu desempenho em clubes, “La Pulga” simplesmente capitaneou a Alviceleste rumo ao título que não vinha desde Dieguito.
Poucas vezes um jogador foi tão decisivo em uma Copa do Mundo como Messi. Foram sete gols e três assistências em sete partidas. Messi marcou das oitavas até a final. Na decisão, inclusive, anotou dois gols e impediu que seu então companheiro de PSG, Mbappé, roubasse a cena com seus três gols.
O ano de 2022 vai ser lembrado para sempre como o ano em que Messi fechou o seu ciclo de gênio: conquistou simplesmente todos os títulos mais importantes do mundo, e como protagonista. A Bola de Ouro chega a ser irrelevante para o atleta, até por que não seria a primeira (foram três Bolas de Ouro “independentes” e sete Melhores do Mundo da Fifa).
O que pesa contra Messi é a temporada pouco relevante no PSG. Não que não tenha tido conquistas. Foi campeão francês, o que já era esperado. O “ano abaixo” também é um exagero. Afinal, com 20 gols e 21 assistências, em 41 jogos na França, o craque teve uma contribuição direta a gol por partida. Fora isso, em um ano normal, o argentino estaria sendo ainda exaltado pelo título mundial. A conquista no meio da temporada “envelheceu” para alguns, ainda mais depois da decisão de migrar para uma liga pouco competitiva, um aceno com o fim da carreira.
Messi, ainda assim, é ligeiramente favorito a levar a Bola de Ouro, por ter vencido o grande torneio da temporada, e pela forma como o fez. Seria provavelmente o fim de seu ciclo no prêmio. Para Haaland, essa é uma história que apenas começou…
Fonte: Ogol
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