Na constelação de Perseu, uma estrela chamada Beta Persei recebeu o apelido de “Algol, a Estrela Demoníaca” dos astrônomos que primeiro a observaram. Isso devido a seu forte brilho variável, somado ao fato de estar posicionada bem na cabeça da terrível Medusa.

Vamos entender:

O nome Algol deriva do árabe “Ghoul”, que significa fera ou demônio. Ela marca a cabeça da górgona Medusa sendo carregada pelo herói. Hoje em dia, ela já não é mais tão temida, mas nem sempre foi assim.

A lenda da Medusa aponta que ela possuía cobras na cabeça em vez de cabelos, e qualquer um que a olhasse nos olhos viraria pedra. Ela foi morta por Perseu, que usou sua cabeça para petrificar e derrotar o monstro marinho Cetus. Assim, os antigos astrônomos podem ter associado o brilho piscante da estrela ao olho maligno da criatura.

Estátua de Perseu segurando a cabeça da Medusa
Estátua de Perseu segurando a cabeça da Medusa. Crédito: SvetlanaSF/ Shuttestock

Algol é uma estrela variável

O brilho piscante é devido ao fato de Algol ser uma estrela variável, cujo brilho aumenta e escurece em um ciclo regular. No caso dela, o ciclo dura dois dias, 20 horas e 49 minutos, e pode ser visto totalmente a olho nu.

Representação conceitual artística de um sistema binário eclipsante. Crédito: ESO

Em seu pico máximo, Algol se compara em brilho com a estrela Almach, na constelação de Andrômeda, vizinha da Perseu, sendo três vezes mais brilhante que seu ponto mais fraco, no qual se compara à estrela Epsilon Persei.

O motivo desse comportamento foi sugerido em 1881 pelo astrônomo Edward Charles Pickering, que apontou que, na verdade, são duas estrelas em um sistema binário eclipsante. Elas estão girando em torno uma da outra em um plano orbital exatamente de lado quando visto da Terra, o que faz com que o brilho observável se altere. Quando a estrela menor passa na frente da mais brilhante, vemos Algol com brilho mínimo.