A erosão de um solo naturalmente frágil, potencializada pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas, está transformando em deserto uma cidade do Piauí. O processo de desertificação, segundo cientistas, tem o potencial de tomar uma área maior do que a da cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
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Ação humana intensificou processo de desertificação
Deserto dobrou de tamanho nos últimos anos
De acordo com um estudo, a área afetada pela desertificação mais do que dobrou de 387 quilômetros quadrados, em 1976, para 805, em 2019. No total, 15 condados e cerca de 500 famílias de agricultores são impactados pelo fenômeno.
Segundo pesquisadores, são necessários novos estudos para identificar o papel do aquecimento global na aceleração do processo. Os agricultores dizem que a região está mais seca e que a estação chuvosa está mais curta e intensa, o que agrava o problema. Fortes precipitações lavam mais solo, aprofundando os cânions abertos conhecidos como “vocorocas”.
Para tentar minimizar os impactos, produtores locais estão adotando medidas de proteção da vegetação nativa, irrigação por gotejamento, piscicultura e a antiga técnica antierosiva da agricultura de terraço. Mas condenam o fechamento há seis anos de um centro de pesquisa antidesertificação administrado pelo governo em Gilbues que ajudou os agricultores a implementar essas técnicas. O estado do Piauí planeja reabrir o espaço, mas não definiu uma data para isso.
A Organização das Nações Unidas (ONU) chama a desertificação de uma “crise silenciosa” que afeta 500 milhões de pessoas em todo o mundo, alimentando a pobreza e os conflitos ao redor do mundo.
Fonte: Olhar Digital
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