Ninguém sabe ao certo como as duas luas de Marte, Fobos e Deimos, chegaram onde estão ou do que são feitas. Mas, esse mistério pode estar próximo de ser desvendado. A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) pretende lançar uma espaçonave com destino ao Planeta Vermelho para estudar de perto esses dois satélites naturais enigmáticos e coletar amostras do maior deles.

Sobre as luas de Marte:

Representação artística de Marte e suas duas luas, Deimos (mais acima) e Fobos. A origem dessas luas é um grande mistério, que a agência espacial do Japão quer desvendar. Crédito: DLR (CC BY-NC-ND 3.0)

A missão da JAXA recebe o nome de MMX (sigla em inglês para Exploração das Luas Marcianas) e tem por objetivo investigar os dois objetos, além de perfurar e coletar amostras da lua Fobos para trazê-las para a Terra. Para isso, o Japão conta com apoio de agências da Europa e dos EUA, que irão produzir instrumentos e hardwares científicos.

Instrumentos da missão de exploração das luas de Marte

Ao todo, a missão conta com 11 instrumentos. Sete deles são dedicados ao sensoriamento remoto e à observação in loco das superfícies de Fobos e Deimos, dois são responsáveis pelo recolhimento de amostras e outros dois destinados a testar e desenvolver mecanismos de exploração. Alguns desses equipamentos são:

O rover alemão-francês é um dos instrumentos que farão parte da missão da JAXA a Fobos. Crédito: JAXA

No fim da missão, os pesquisadores esperam conseguir material suficiente para entender se Fobos e Deimos se formaram a partir de colisões de Marte com outros objetos, ou se, na verdade, as luas eram asteroides que foram atraídos pela força gravitacional do planeta.

Embora a empreitada pareça ousada e ambiciosa, a JAXA já realizou outras duas missões de coleta de amostras em asteroides rochosos que foram bem sucedidas.

Se tudo ocorrer conforme o planejado, a previsão é que a MMX seja lançada em 2024 e, cerca de um ano depois, chegue à órbita marciana. Depois que terminar os serviços, o que está previsto para 2028, a espaçonave retorna com as amostras encapsuladas para Terra, pousando em 2029 em uma área reservada no interior da Austrália.