A hipótese de que um grande objeto bateu na Terra há 4,5 bilhões de anos, gerando montes de detritos no espaço que, eventualmente, formaram a Lua, é uma das mais conhecidas.

Novas evidências, entretanto, apontam que pedaços de um grande fragmento do tamanho de Marte chamado ‘Theia’ acabaram se alojando também dentro da Terra.

O que isso significa

O impacto gigante que formou a Lua parece ser a origem do manto primitivo e marca o ponto de partida para a evolução geológica da Terra ao longo de 4,5 bilhões de anos

Hongping Deng, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências.

Até agora, especialistas acreditavam que os LLVPs eram gerados por processos internos da Terra, como restos de antigas placas tectônicas ou um oceano de magma na base do manto. Mas a equipe por trás da nova descoberta pensou que outra coisa poderia ter contribuído para a formação dos LLVPs: os fragmentos de Theia.

Ainda que simulações apontem que a maior parte do que sobrou acabou incorporada na Lua, e apenas vestígios permaneceram na Terra, pesquisadores trabalham com a possibilidade de uma grande quantidade ter ficado presa no interior da Terra, onde permanece até hoje.

As descobertas

Por meio de uma série de simulações computacionais — do impacto e observando os efeitos que tiveram na Terra —, pesquisadores encontraram sinais de que o impacto gigante pode ter deixado vestígios na composição do nosso planeta.

Aproximadamente 2 a 3 por cento da massa da Terra,, poderia ter vindo de Theia, diz o estudo. 

“Esperamos que futuras missões possam obter rochas do manto lunar para compará-las com as bolhas do manto para ver se partilham as mesmas assinaturas químicas”, disse Qian Yuan, geofísico e principal autor do estudo ao ScienceAlert.

Se este for o caso, as descobertas podem auxiliar a compreender a história e a formação do nosso planeta: “A antiga colisão que forma a Lua pode ter tido um efeito duradouro em toda a evolução da Terra (…) pode ser um fator fundamental do porquê a Terra é geologicamente diferente de outros planetas rochosos”, conclui Yuan.

A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (1º) na Nature.