Em um esforço inédito pelo desenvolvimento seguro da inteligência artificial, a China concordou em trabalhar com os Estados Unidos, União Europeia e diversos outros países para gerenciar coletivamente o risco da IA. O acordo foi feito durante a cúpula global de segurança que ocorre desde quarta-feira (1°) no Reino Unido. 

Para quem tem pressa: 

O compromisso firmado entre China, EUA, UE e outros países estabeleceu uma agenda dupla centrada na identificação de riscos e na construção de uma compreensão científica. O foco também é desenvolver políticas transnacionais para mitigar os pontos de preocupação. 

Ainda conforme a agência de notícias, essa foi a primeira vez que um vice-ministro chinês se juntou a líderes dos EUA, da UE e de chefes tecnológicos, como Elon Musk e Sam Altman, dono do ChatGPT, em Bletchley Park, mansão histórica e emblemática da Inglaterra — foi lá que decifradores britânicos descobriram os códigos alemães da Segunda Guerra Mundial. 

Os países, independentemente do seu tamanho e escala, têm direitos iguais para desenvolver e utilizar a IA. 

Wu Zhaohui, vice-ministro da Ciência e Tecnologia da China. 

Apesar de a UE estar centrada na supervisão da IA no que diz respeito a privacidade e vigilância de dados, a cúpula britânica também visa analisar os riscos da chamada “IA de fronteira” — modelos avançados que podem ser considerados perigosos o suficiente para representar riscos graves à segurança pública. 

Imagem: shutterstock/helloRuby

Cúpula da IA é encontro histórico 

Embora não seja um segredo que Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, se move estrategicamente para a Grã-Bretanha ser o líder global na segurança da IA, segundo Michelle Donelan, ministra digital britânica, reunir tantos atores importantes a nível mundial em uma única sala foi um feito e tanto. 

Pela primeira vez, temos agora países que concordam que precisamos de olhar não apenas de forma independente, mas coletivamente, para o risco em torno da IA de fronteira. 

Michelle Donelan, ministra digital britânica. 

Donelan anunciou mais duas Cúpulas de Segurança de IA, uma a ser realizada na Coreia do Sul em seis meses e outra na França mais seis meses depois. 

Vale lembrar que assim como as empresas tecnológicas competem pelo domínio e desenvolvimento de produtos de consumo de IA, governos lutam para liderar o caminho da regulamentação — com o Reino Unido estando, por ora, líder na corrida.