Anãs brancas são estrelas mortas. Entretanto, o processo de morte é catastrófico e normalmente destrói todos os planetas que estão ao seu redor. Por isso, é normal que existam cinturões de destroços planetários ao redor desse tipo de astro, mas existem algumas exceções.
Astrônomos já encontraram muitas anãs brancas rodeadas de destruição, mas em uma delas um planeta com a massa de Júpiter estava completamente intacto. O que levou a um questionamento: estrelas podem sustentar vida mesmo depois de mortas?
Antes de se tornar uma anã branca, a estrela já foi muito maior, como o nosso Sol. Antes de morrer ela incha em um processo chamado de gigante vermelha.
Quando o combustível acaba ela libera uma nebulosa planetária e cerca de 10 mil naos depois essa nebulosa se dissipa. O que resta depois é a anã branca que normalmente é massiva e com pouca luz, produzindo apenas calor residual.
Todo esse processo é extremamente violento e a fase de gigante vermelha normalmente destrói os planetas próximos. Mas em 2020 com a descoberta do WD1054-226 isso mudou. O planeta foi encontrado intacto entre o disco de detritos na zona habitável em torno da anã branca.
Um artigo recente publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society avalia que esse tipo de planeta é raro, mas possível. Apesar da zona habitável de uma anã branca ser muito menor do que de uma estrela em seu auge, já que o calor é reduzido, essa área ainda existe.
“Dada a relativa escassez de planetas gigantes em comparação com os terrestres indicados tanto pela demografia de exoplanetas como por simulações teóricas (uma distribuição de raio “pesada na parte inferior”), isto talvez seja um tanto surpreendente”, explica David Kipping, autor do estudo, ao Science Alert.
Isso é bem surpreendente porque pode mudar o que sabemos sobre a formação planetária já que existe uma vertente de que gigantes gasosos são minorias entre os planetas.
Há uma visão emergente de que os planetas do tamanho de Júpiter representam a minoria da população do planeta. Assim, o fato de o primeiro planeta em trânsito detectado em torno de uma WD ter sido considerado um planeta gigante é algo surpreendente
David Kipping
WD 1856 b pode ser o único planeta ao redor de uma anã branca confirmado, mas existem outros candidatos, e a maioria deles também são planetas com a massa de Júpiter ou superiores.
Mas será possível detectar um exoplaneta rochoso ao redor desse tipo de estrela?
O estudo tem duas hipóteses:
O estudo avalia que as chances de o primeiro planeta do tipo ser massivo eram de 0,37%. O que é extremamente improvável, mas improbabilidades são comuns na astronomia.
A conclusão da pesquisa é de que planetas rochosos ao redor de anãs brancas são algo raro, ou seja, a vida ao redor delas é difícil. Mas isso não significa que esse tipo de planeta não deva ser procurado, já que ainda não compreendemos totalmente a existência de planetas ao redor desse tipo de estrela.
Fonte: Olhar Digital
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