Ruínas antigas foram encontradas recentemente na Amazônia. A descoberta foi anunciada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na última terça (31) e foi possível por conta da estiagem do Rio Solimões, causada pela seca que vem assolando a região amazônica.
Quatro sítios arqueológicos foram localizados em diferentes pontos do estado, sendo três deles desconhecidos.
Ruínas encontradas
No local foram encontrados vestígios arqueológicos como louças, material construtivo, vidro e ferro, fazendo com que após visitas realizadas no dia 25 de outubro, o Iphan decidisse por registrar o forte no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA).
Além do forte, as secas na região Amazônica também revelaram outros três sítios arqueológicos, um já conhecido desde 2010, a Ponta das Lajes, em Manaus, e outros dois também inéditos: um na cidade de Anamã, a 160 km da capital amazonense, e outro em Urucará, a 260 km de Manaus, nas margens do rio Uatumã. Entre os achados em Ponta das Lajes estão gravuras rupestres.
Neste momento em que as gravuras rupestres e artefatos cerâmicos afloram por todo o Amazonas, não podemos deixar de reconhecer as oportunidades para pesquisa e valorização da nossa história. Além de registrar e divulgar, planejamos com a equipe e parceiros os próximos passos na preservação e cuidado desse patrimônio histórico e arqueológico.
Beatriz Evanovick, superintender do Iphan no Amazonas, em comunicado
O forte demarcava a fronteira do Brasil
De acordo com o Iphan, a edificação era a última parada de quem viajava para os Andes, principalmente para povoação espanhola de San Pablo de Loreto, a partir do Rio Solimões, demarcado assim o domínio da Coroa Portuguesa na região Amazônica.
O forte comportava nove peças de artilharia, cinco existentes até hoje, distribuídas no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (RJ) e no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões, do Exército Brasileiro.
Apesar disso, ele não possuía uma estrutura preparada para eventuais guerras. Na verdade, registros do Exército indicam que ele era utilizado para inspecionar canoas que passavam por ele. A intenção era impedir o contrabando pelo Rio Solimões.
O forte foi utilizado até 1889, quando foi desocupado. Em 1910 o Exército assumiu o posto na tríplice fronteira e utilizou a edificação durante 22 anos. No entanto, as enchentes e as mudanças de curso do Rio Solimões derrubaram a construção em 1932 e suas ruínas apareceram de novo só agora.
Fonte: Olhar Digital
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