Enquanto o número de influenciadores digitais – também chamados de “influencers” – voltados para finanças estabilizou, o alcance deles nas redes sociais cresceu. E a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) criou regras para seus 295 membros – a maioria deste nicho.

Para quem tem pressa:

Entre as regras criadas pela associação, a principal é a obrigatoriedade de o influenciador informar, de forma clara, que o post patrocinado é publicidade e quem é a instituição financeira contratante. As regras entram em vigor na próxima segunda-feira (13) e valem para os associados da entidade.

Regras para influencers

Pessoa segurando celular
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Anbima elaborou o primeiro conjunto de regras voltado para influenciadores digitais de finanças por conta da influência crescente deles nas redes sociais.

Em relação à discriminação do conteúdo publicitário, o manual da associação aponta que “será considerada válida a menção verbal ou escrita na própria publicidade ou, ainda, a adição de hashtags mencionando minimamente que se trata de publicidade e vinculando ao distribuidor (#parceria e #nomedainstituição)”.

Outra regra importante diz respeito à responsabilização das instituições contratantes pelos influencers e o conteúdo veiculado. Entram aqui a “veracidade das informações divulgadas e sua completude, de modo a não levar o investidor a erro” e a garantia de que os “contratados possuam, caso aplicável, as devidas certificações necessárias” para abordar o conteúdo em questão.

Essas certificações são exigidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Sem elas, o produtor de conteúdo associado da Anbima não poderá recomendar investimentos, apenas fornecer explicações didáticas. No caso de seguros e previdência, apenas os autorizados pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) podem fazer recomendações.

Para manter a fiscalização, as instituições devem disponibilizar e manter atualizada a relação, enviada à Anbima, dos “influencers” contratados. Assim, se as regras forem desrespeitadas, a penalidade recairá sobre as empresas – mas a normativa não menciona qualquer tipo de punição.

Aumento do alcance

Uma pesquisa da Anbima, em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), apontou que existiam 515 influenciadores digitais que produziam conteúdo voltado para finanças no primeiro semestre de 2023.

Este foi o mesmo número registrado no fim de 2022. Já a quantidade de seguidores desses influenciadores aumentou para 176,3 milhões – um salto de 6%. Mas esse número equivale à soma de seguidores em todos os perfis de cada influenciador. Foram considerados Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube.

Esta foi a quinta edição da pesquisa. Em comparação à primeira, que abordou o período entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, o número atual de seguidores aumentou 140%.