Segundo os dados do Censo 2022, publicados recentemente, um fenômeno curioso acontece: nascem mais meninos do que meninas, mas durante a vida adulta, o número de mulheres tende a ser superior ao dos homens. O estudo do IBGE mostra a porcentagem da população do Brasil, mas é uma análise estrangeira de um centro de pesquisa que expõe uma teoria científica do porquê esses nascimentos em maior escala acontecem e qual sua relação com o ambiente social. Entenda o mistério a seguir.

Por que nascem mais meninos do que meninas?

Os cientistas ainda não entraram em um consenso sobre a resposta para essa pergunta, mas há algumas teorias que podem elucidar o questionamento. Para entender melhor, é necessário explicar que a ação fisiológica que produz o gênero de um feto está ligada aos cromossomos X e Y, cuja combinação muda o corpo do bebê e o atribui características que nós consideramos como as de um macho ou fêmea. Dito isso, com base no número de cromossomos presentes no esperma, é fácil entender que as chances de o feto se transformar em um menino ou menina são de, exatamente, 50%.

Contudo, uma vez que os cromossomos estão se combinando para produzir um gênero, uma série de eventos ocorrem dentro do útero, o que afeta diretamente o que se desenvolve ali dentro. Dessa forma, estes fatores influenciam ou não o desenvolvimento do feto para uma criança.

Segundo uma das teorias dos cientistas, os meninos, por uma razão ainda desconhecida, conservam uma maior resistência às alterações que ocorrem no útero, o que lhes dá uma maior porcentagem de saírem vivos no processo; as meninas, por outro lado, acabam mais suscetíveis e podem sucumbir mais facilmente. Assim, quando contabilizados os números de nascimento, é possível encontrar uma maior porcentagem de nascidos com o sexo masculino.

Ilustração digital de fitas de DNA
Imagem: TheDigitalArtist/Pixabay

Uma das bases que leva os estudiosos a pensarem que o útero é o responsável por esse acontecimento é uma pesquisa feita pelo Instituto Fresh Pond, a qual examinou em torno de 140 mil embriões produzidos em clínicas de fertilização, 900 mil amostras sanguíneas e de líquido amniótico, e um todo de 30 milhões de cadastros de nascimentos e abortos (ocorridos entre os Estados Unidos e o Canadá).

A equipe de cientistas pertence a universidades como Harvard e Oxford, e foi pioneira na construção de uma das análises mais eficientes até então, cuja base de dados apresenta informações extensas e com diferentes fases de desenvolvimento do embrião, o que auxiliou a supor o seu gênero (da concepção ao nascimento). Dito isso, o resultado foi de que a taxa de mortalidade fetal se encontrava maior para as meninas do que para os meninos.

Apesar desta hipótese, que ainda carece de consenso científico, um fato tão intrigante quanto ocorre anos após o nascimento: os dados de pesquisas como as do Censo 2022 detalham que no período da juventude, os homens tendem a morrer mais do que as mulheres, o que ocasiona a permanência da população feminina sobre a masculina.

Segundo essa pesquisa do IBGE, a partir dos 24 anos, o número de homens passa a decair se comparado ao de mulheres: as estatísticas indicam a presença de 94,2 homens para cada 100 mulheres. A justificativa para isso pode ser encontrada em estímulos externos, tais como violência e acidentes.

Então, por mais que o número de nascimentos de meninos seja superior ao de meninas, as mulheres são menos suscetíveis à morte, estatisticamente falando, quando se deparam com os mesmos estímulos externos aos quais os homens são expostos.

Com informações de: IBGE e Fresh Pond.