Ouvir erros gramaticais pode ser mais do que um simples incômodo. Um estudo revelou que o corpo humano pode entrar em estado de estresse quando exposto a esse tipo de situação.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisou como a frequência cardíaca reage a erros gramaticais em frases, indicando ativação do sistema nervoso simpático, que controla a resposta de “lutar ou fugir” do organismo.
O sistema nervoso simpático é ativado quando percebemos uma ameaça ou perigo. Quando isso acontece, nosso corpo libera hormônios do estresse, que nos preparam para enfrentar a ameaça ou fugir dela.
Dagmar Divjak, principal autora do estudo
Durante a investigação, pesquisadores notaram que, quanto mais erros gramaticais os participantes do estudo ouviam, maior era a ativação do sistema nervoso simpático, sugerindo que o estresse causado por erros gramaticais pode, sobretudo, ser cumulativo.
Os resultados do estudo podem ajudar a entender melhor a relação entre linguagem e cognição. “Nosso estudo mostra que o sistema nervoso também responde às exigências cognitivas. Isso sugere que o esforço cognitivo reverbera através do sistema fisiológico de mais maneiras do que se pensava anteriormente”, diz Divjak.
Impactos do estresse
O estresse pode ter impactos negativos em diversos sistemas do corpo humano. No sistema nervoso, por exemplo, pode danificar o córtex pré-frontal, relacionado a processos cognitivos que permitem planejar, organizar, resolver problemas e controlar impulsos.
No sistema cardiovascular, por outro lado, aguça a frequência cardíaca e pressão arterial, preparando o corpo para reações de luta ou fuga. O estresse crônico pode levar a hipertensão e inflamação sistêmica.
Já no sistema respiratório, há influência no transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue. A respiração superficial e rápida sinaliza a demanda por oxigênio, podendo resultar em sintomas como tontura.
O estresse também pode acelerar o envelhecimento do sistema imunológico e aumentar o risco de doenças como Alzheimer.
Fonte: Olhar Digital
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