Após uma forte tempestade geomagnética ocorrida no fim de semana, muitas pessoas puderam observar auroras no céu, inclusive em lugares onde esses eventos não são tão comuns, como o Texas e o Arizona, nos EUA.
Embora esses espectadores tenham acreditado que o que estavam testemunhando eram de fato auroras, especialistas disseram que em grande parte das vezes esse não era tecnicamente o caso. A maioria das luzes vermelhas e roxas eram, na verdade, STEVEs e SARs.
Se não são auroras, o que são essas luzes?
Segundo cientistas, embora pareça, o STEVE (sigla em inglês para algo como “forte aumento da velocidade térmica”) não é um tipo de aurora – o brilho multicolorido que aparece em altas latitudes quando partículas de radiação solar colidem com átomos na atmosfera superior da Terra. Equivocadamente, no entanto, muitas publicações insistem nessa classificação.
Enquanto as auroras tendem a cintilar em amplas faixas de luz verde, azul ou avermelhada, dependendo de sua altitude, o STEVE normalmente aparece como uma única fita de luz lilás e branca que se estende por centenas de quilômetros. Às vezes, essa fita luminosa é acompanhada por uma linha verde de luzes picotadas, semelhante a uma cerca.
Além disso, um STEVE surge muito mais baixo no céu do que uma aurora, em uma parte da atmosfera conhecida como justamente como região subauroral, onde é muito improvável a invasão de partículas solares carregadas de radiação.
De acordo com o portal de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, os arcos SAR foram descobertos em 1956, no início da Era Espacial. Os pesquisadores não sabiam o que eram e, por isso, acabaram lhe dando um nome enganoso: “Arcos Vermelhos Aurorais Estáveis” – SAR. Na verdade, os arcos SAR não são nem estáveis, nem auroras.
Conforme dito acima, as auroras aparecem quando partículas carregadas chovem do espaço, atingindo a atmosfera e fazendo com que ela brilhe. Os arcos SAR, por sua vez, se formam de outra maneira.
Eles são um sinal de energia térmica vazando para a atmosfera superior do sistema de corrente de anel da Terra – um circuito em forma de rosquinha que transporta milhões de amperes ao redor do planeta.
“Em 5 de novembro, a corrente do anel foi bombeada por horas de forte tempestade geomagnética, com a energia se dissipando nesses arcos SAR”, explica Jeff Baumgardner, do Centro de Física Espacial da Universidade de Boston. “Foi um evento global. Nossas câmeras registraram a atividade do arco SAR da Itália à Nova Zelândia”.
Basicamente, o que diferencia um SAR ou STEVE de uma aurora verdadeira é que, quanto mais longe você está de um polo geomagnético, mais provável é que o que você está testemunhando não seja uma aurora verdadeira.
Fonte: Olhar Digital
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