Os atores de Hollywood e os estúdios chegaram a um acordo preliminar na quarta-feira, 8, para encerrar a greve que paralisou a indústria do entretenimento nos Estados Unidos por quase quatro meses, atrasou centenas de produções e custou bilhões de dólares à economia americana. O Sindicato de Atores (SAG-AFTRA) anunciou que a greve acabou à meia-noite de Los Angeles (5H00 de Brasília nesta quinta-feira, 9). “Em uma votação unânime nesta tarde, o Comitê de Cinema e Televisão do SAG-AFTRA aprovou um acordo preliminar com a Associação de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) para encerrar os 118 dias de greve”, informou o sindicato em um breve comunicado. “Um contrato avaliado em mais de um bilhão de dólares”, destacou o sindicato. O anúncio abre o caminho para que os artistas, de estrelas até figurantes, abandonem os protestos e retornem aos sets de filmagens, o que também resultará no retorno aos locais de trabalho de milhares de funcionários ligados à indústria do entretenimento.
O sindicato informou que apresentará o acordo preliminar à direção nacional nesta sexta-feira, 10, para “revisão e consideração”. A AMPTP, que representa os estúdios, afirmou que está “satisfeita” com o acordo, que chamou de “novo paradigma”. “Proporciona ao SAG-AFTRA os maiores benefícios contratuais da história do sindicato”, afirmou a AMPTP em um comunicado. As negociações entre as partes ocorreram quase diariamente nas últimas duas semanas, com a presença ocasional dos CEOs dos estúdios, como Disney, Netflix, Warner Bros. e Universal. O SAG-AFTRA representa quase 160.000 artistas. Embora as estrelas de Hollywood ganhem milhões, muitos atores menos conhecidos afirmam que se tornou quase impossível pagar as contas ao final do mês, à medida que os salários não acompanharam o ritmo da inflação e das mudanças na indústria.
Durante a greve, muitos artistas foram obrigados a procurar outros empregos para pagar as contas, ou até mesmo abandonar a profissão. A paralisação provocou o adiamento da estreia de várias produções, como “Duna – Parte 2”, por exemplo. Quando o SAG-AFTRA paralisou as atividades em meados de julho, os roteiristas de Hollywood também estavam em greve, mas a categoria conseguiu um acordo antes e encerrou uma paralisação de quase 150 dias. Esta foi a primeira vez que atores e roteiristas entraram em greve simultaneamente desde 1960.
O acordo, segundo o SAG-AFTRA, “inclui aumentos salariais mínimos ‘acima da média’, dispositivos sem precedentes em termos de consentimento e compensação que protegerão os afiliados da ameaça da IA e, pela primeira vez, estabelece um bônus de participação em streaming”. As partes chegaram a acordo sobre o salário mínimo, com um aumento de quase 8% em comparação ao contrato anterior. O índice é menor do que o que os atores desejavam, mas é o aumento mais expressivo em décadas – acima do obtido pelos roteiristas. Também alcançaram um acordo para definir uma estrutura de bônus para compensar os protagonistas de séries ou filmes com muitas visualizações nas plataformas de streaming, assim como proteções no que diz respeito à IA (Inteligência Artificial), um dos principais pontos de divergência na reta final das negociações. Os atores temem o uso da IA para clonar suas vozes e imagens. A categoria desejava regras mais rígidas sobre compensação e consentimento que os estúdios devem obter. Também foi alcançado um acordo a respeito da “propriedade” dos estúdios sobre as imagens das estrelas após sua morte.
Fonte: Jovem Pan News
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