A Grande Esfinge de Gizé é umas das obras mais famosas do Antigo Egito. E assim como as Pirâmides, a construção dessa enorme estrutura está envolta em mistérios que intrigam até hoje os arqueólogos. Mas agora, um novo estudo indica que os egípcios podem não ter construído a estátua sozinhos.

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Erosão pode ter tido papel fundamental na formação da estrutura

Os pesquisadores descobriram que a forma da estátua pode ter sido moldada quase que exclusivamente pelo processo de erosão. Dessa forma, os egípcios precisaram “apenas” ajeitar detalhes mais finos para finalizar a obra. As informações são da IFLScience.

Nossas descobertas oferecem uma possível ‘história de origem’ de como formações semelhantes à esfinge podem surgir da erosão. Nossos experimentos de laboratório mostraram que formas surpreendentemente semelhantes a esfinges podem, de fato, vir de materiais sendo erodidos por fluxos rápidos.

Leif Ristroph, pesquisador responsável pelo estudo

Os autores do estudo, publicado na revista Physical Review Fluids, foram inspirados a conduzir seus experimentos depois de observar que desertos ao redor do mundo estão repletos de formações rochosas incomuns chamadas yardangs. Elas são formadas a partir da erosão e se assemelham, em grande parte das vezes, à Grande Esfinge de Gizé.

A hipótese levantada pelos pesquisadores é que processos naturais criaram um yardang na região. A partir disso, a população daquela época pode ter percebido as semelhanças com uma criatura mítica egípcia com a cabeça de um humano, o corpo de um leão e as asas de uma águia. Assim, em vez de construir a estátua do zero, eles simplesmente podem ter aproveitado o trabalho já feito pela natureza.

Para tentar provar essa tese, os cientistas decidiram replicar as condições climáticas que existiam na época em que o monumento foi construído, por volta de 2500 a.C. Eles imitaram o terreno de Gizé construindo montes de argila macia com material mais duro embutido em seu interior. Essas estruturas foram então colocadas dentro de um túnel de água, que replicava os ventos predominantes do nordeste do Egito.

Observando os efeitos da erosão, os pesquisadores descrevem como “um monte sem características se transforma em um leão majestoso”. À medida que a água em movimento rápido retirava a argila, os materiais mais resistentes tomavam a forma de uma cabeça cilíndrica, que então criava uma “sombra de vento” que protegia o corpo. As costas curvadas da criatura foram então esculpidas, enquanto um fluxo acelerado sob a cabeça moldou o pescoço, os membros anteriores e as patas da figura mítica.

Grande Esfinge de Gizé (Imagem: Daily Travel Photos/Shutterstock)

A Grande Esfinge de Gizé