As queimadas na Floresta Amazônica e no Pantanal, bem como a queima de cana-de-açúcar no Estado, estão afetando a qualidade do ar na Grande São Paulo. Nos chamados “eventos de fumaça” — quando há ocorrência de queimadas —, o nível de dióxido de carbono (CO2) presente no ar pode aumentar em até 1.178%.

Os dados são de um estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), publicado pela Science of the Total Environment. A pesquisa faz parte do projeto Metroclima, que visa monitorar os gases de efeito estufa na cidade.

Destalhes da pesquisa:

A coordenadora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG), onde fica o projeto Metroclima, Maria de Fátima Andrade, conta ao portal da universidade que as emissões de gases do efeito estufa (GEE) desempenham uma função crucial nas cidades:

Antes, os dados de GEE estavam concentrados em locais remotos, mas com o tempo foi percebido que as cidades têm um papel central nas emissões e, conforme o tipo de superfície, no balanço do carbono. A meta é poder analisar a evolução das concentrações dos GEE e de suas fontes, inclusive as cidades.

Maria de Fátima Andrade para o Jornal da USP

Quais são os impactos do GEE?

Esse é um contexto que pode mudar com esforços como o da pesquisa. Maria de Fátima Andrade explica que compreender de onde vem a poluição é fundamental:

A identificação e quantificação das fontes são essenciais para o conhecimento do inventário das emissões e para possibilitar as estratégias de controle.

Maria de Fátima Andrade em entrevista para o Jornal da USP