Na terça-feira (7), a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) anunciou que o instrumento High Energy L1 Orbiting X-ray Spectrometer (HEL1OS), da sonda solar Aditya-L1, detectou a fase impulsiva de uma erupção de alta energia no Sol pela primeira vez.
Sobre a sonda solar Aditya-L1:
Os Pontos de Lagrange são localizações no espaço onde os campos gravitacionais de dois corpos maciços estão em equilíbrio com a força centrífuga de um terceiro objeto, cuja massa é desprezível em relação a eles (por exemplo, um telescópio espacial em relação à Terra e ao Sol). Estar em equilíbrio significa que as forças se cancelam. Uma espaçonave em um desses pontos pode permanecer na posição quase sem gastar combustível.
Qual é o objetivo da sonda Aditya-L1
Embora o Sol seja estudado há muito tempo, os astrônomos ainda não compreendem totalmente como sua camada atmosférica mais externa, conhecida como coroa, fica tão quente – sendo um milhão de graus Celsius mais quente do que a superfície da estrela.
Pouco se sabe sobre o que acontece antes das explosões solares e da liberação de enormes nuvens de plasma chamadas ejeções de massa coronal (CMEs) para o espaço – às vezes, em direção à Terra. Também se desconhece como as CMEs aceleram a tão altas velocidades perto do disco solar.
Segundo a ISRO, espera-se que o observatório Aditya-L1 forneça algumas pistas sobre esses mistérios de décadas. E isso já pode estar começando a acontecer, afinal, a sonda acaba de captar sua primeira ignição de erupção solar. De acordo com a agência, a explosão ocorreu em 29 de outubro, entre 9h e 19h (pelo horário de Brasília), menos de dois meses depois que a espaçonave foi lançada.
Dados obtidos pelo Satélite Ambiental Operacional Geoestacionário 18 (GOES-18), da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, também apontaram um aumento nos raios-X na mesma região, ao mesmo tempo.
Aditya-L1 carrega sete instrumentos científicos, que lhe permitem estudar tudo, desde o campo magnético interplanetário até a coroa solar. Um deles é o HEL1OS, que se concentra nas emissões de raios-X de explosões solares – o responsável pela observação inaugural.
Com os dados obtidos por esse instrumento, os cientistas esperam entender como as emissões de alta energia de uma erupção solar estão ligadas aos elétrons e outras partículas liberadas durante esses eventos.
Embora tenha feito seu primeiro grande trabalho, o HEL1OS ainda não está totalmente operacional. Os cientistas continuam a ajustar e calibrar o instrumento, nesta fase de comissionamento.
Fonte: Olhar Digital
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