Uma equipe de astrônomos liderada pelo professor Roberto K. Saito, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fez descoberta surpreendente na Via Láctea. O grupo encontrou um objeto único, localizado na constelação de Escorpião, próximo ao centro da galáxia. Trata-se de uma combinação incomum entre uma estrela variável e uma nebulosa que também muda de brilho.

Segundo o Notícias da UFSC, a descoberta foi possível graças ao projeto VVVX, que utiliza o telescópio VISTA, no Observatório de Cerro Paranal do ESO, no Chile, para mapear o plano da Via Láctea em luz infravermelha.

Ao longo de mais de 12 anos, as imagens coletadas permitiram a identificação de dezenas de milhares de estrelas variáveis, classificadas de acordo com suas flutuações de brilho. No entanto, às vezes, surgem objetos variáveis que desafiam a explicação, pois não se encaixam em nenhuma das classes conhecidas.

O projeto VVVX já encontrou uma dúzia desses objetos misteriosos, chamados de WITs (abreviação para “What Is This?“, ou, “o que é isso?” em português literal).

O WIT-12 foi descoberto por meio de imagens de infravermelhos obtidas pela técnica de procura de ecos de luz de explosões de supernovas. Pesquisadores da UFSC participaram da pesquisa de outros onze WITs, incluindo o WIT-07 e o WIT-08.

WIT-12 intriga astrônomos

Explicações para o fenômeno

Esse fenômeno desconhecido intriga os astrônomos e é classificado como um objeto WIT. A equipe do projeto VVVX propõe algumas explicações possíveis, como a possibilidade de a estrela variável central produzir eco de luz refletido de volta para a nebulosa.

Outra hipótese é a presença de um disco circunstelar deformado que bloqueia a luz em diferentes partes da nebulosa conforme a deformação se move em torno da estrela. Mais observações serão necessárias para chegar a uma solução final e nova busca por objetos semelhantes está sendo planejada utilizando o telescópio do Observatório Vera C. Rubin, em fase de montagem.

Essa descoberta representa avanço significativo na compreensão dos fenômenos astronômicos e abre caminho para novas investigações. O estudo completo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.