Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Botafogo vê defesa virar peneira e vai de líder isolado a líder desolado

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São quatro derrotas seguidas, cinco jogos sem vencer e 11 gols sofridos no período, o mesmo número de gols sofridos durante todo o primeiro turno. O Botafogo não cai, despenca. Ainda não na tabela. Mas em termos de desempenho, de resultados recentes e de ânimo, é inegável a derrocada do (ainda) líder do Campeonato Brasileiro. E a defesa, que antes era a grande força desse time, de campanha histórica no primeiro turno, se tornou o grande calcanhar de Aquiles da equipe, que tem campanha de rebaixamento no segundo.

Nesta quinta, mais uma vez o Botafogo abriu boa vantagem no placar: 3 a 1 contra o Grêmio, em São Januário. Levou de 4 a 3 no segundo tempo, num recital de Luís Suárez. Num terrível desempenho defensivo que culminou em mais uma derrota doída no Rio de Janeiro, que esmaga o ânimo da equipe. 

O componente mental é um dos mais importantes no jogo de futebol, às vezes superando tática, técnica e condição física. No Botafogo, sem dúvida ele é decisivo para a derrocada atual. Mas está, também, longe de ser o único vilão. 

O Botafogo não funciona conceitualmente como equipe. Desde a saída de Luis Castro. Taticamente, não tem a mesma organização, principalmente na transição defensiva. Falta concentração, organização, compactação e agressividade na abordagem aos lances. É um time que, muitas vezes, peca tanto na competitividade que nem faltas técnicas são usadas.  

Pegando alguns recortes dos resultados negativos recentes, ficam claros os motivos pelos quais o Botafogo foi de líder isolado a líder desolado. 

Voltamos ao jogo contra o Cuiabá, pela rodada 30. O Glorioso entrou na rodada com sete pontos de frente para o vice-líder, Bragantino, e com um jogo a menos. O Cuiabá estava no meio da tabela. O duelo era no Nilton Santos, após o “jogo de dois dias” contra o Athletico. Eram sete minutos do segundo tempo, Luis Henrique tem a bola no ataque, mas tem poucas opções de passe. O ponta perde a bola, e os companheiros estavam longe. Mas eram oito alvinegros no campo de ataque. Sem compactação alguma.

A transição defensiva foi mal feita: o time estava bem adiantado, mas tinha poucos jogadores próximos ao portador da bola para fazer uma pressão pós perda. Adryelson avançou para marcar Deyverson, e Pitta vê campo aberto para avançar nas costas do zagueiro e de Di Plácido. Campo aberto. Perri saiu desesperado, e, além de tudo, levou azar. Pitta marcou o gol que deu a vitória ao Cuiabá. 

O jogo seguinte foi contra o Palmeiras. Nilton Santos. 3 a 0 no primeiro tempo. E que primeiro tempo! O líder pareceu ter acordado. Mas acordou por apenas 45 minutos. Depois, mais sinais da derrocada. Vamos analisar, porém, até a expulsão de Adryelson. 

No primeiro gol palmeirense, um outro erro crasso que vem atrapalhando o Alvinegro: a saída de bola com Perri. O goleiro, que nunca recuperou a confiança depois de uma falha para lá de inusitada contra o Internacional, tem muita dificuldade de sair jogando com os pés. E, nesse caso, chutou para frente, mas chutou nos pés de um palmeirense. Os jogadores do Palmeiras estavam posicionados para o lado certo, para atacar o rival. O Botafogo não conseguiu se reestruturar. E Endrick fez o resto, com um golaço. Que surgiu de um lance que tinha total domínio alvinegro. 

Na expulsão de Adryelson, a transição defensiva, mais uma vez, foi falha. E as coberturas feitas retratam o desespero do time. Adryelson, que foi cobrir o espaço nas costas de Di Plácido, sabia que a chance de um gol, caso ele perdesse a dividida, era grande. A bola ia passando. O adversário, também. O recurso, foi a falta. Que terminou em expulsão polêmica. O resto, foi história. Virada histórica. 

No jogo seguinte, o Vasco, na zona de rebaixamento, recebeu o líder, Botafogo. Só que quem parecia estar no topo da tabela era o time de cruz de malta no peito. O Glorioso entrou claramente sem forças no duelo. Pouco agressivo. Perdia dividida atrás de dividida. E perdeu também o jogo. Victor Sá sai para fazer pressão alta. Volantes bem adiantados. Maicon chuta para frente, e há um clarão na defesa inimiga. Marçal sai na marcação (outra cobertura desesperada). Paulo Henrique corta para o meio, tem liberdade para avançar no buraco que ficou no corredor central e bater de canhota, sem que nenhum volante se aproximasse para bloquear o chute.

Contra o Grêmio, o espírito do time, de início, foi diferente. Mas depois de fazer o terceiro gol, a história se repetiu: virada impressionante. Com uma atuação de gala de Luís Suárez. E, mais uma vez, um show de erros do sistema defensivo alvinegro. Os gols foram uma mistura dos erros já citados: falha na recomposição defensiva, pouca agressividade, descompactação e espaço entre as linhas e coberturas mal feitas. 

A atuação de Perri foi, mais uma vez, muito criticada pela torcida. O goleiro sofreu com o sistema defensivo da equipe, mas mostrou, também, um posicionamento pouco assertivo, como no primeiro gol gaúcho, e hesitação em algumas saídas, como em um dos gols de Luisito, em lance que o goleiro poderia ter abafado melhor o arremate. 

No quarto gol gremista, Cuesta saiu para dar combate e deixou, mais uma vez, a defesa desprotegida. Suárez, que recuou para receber de costas para o gol, deu o passe, girou e recebeu na frente, nas costas do argentino. Hat-trick de Suárez com nova falha da defesa alvinegra. Nos dois gols anteriores, Suárez usou bem o espaço entre os zagueiros. Hugo sofreu na transição defensiva na canhota, e Di Plácido foi pouco combativo do outro lado. 

O argentino já havia mostrado essa falta de agressividade em jogos anteriores. Contra o Corinthians, por exemplo, no jogo que marcou a outra sequência de quatro derrotas seguidas do time (dessa vez teve uma partida pela Sul-Americana), Bidu tinha uma jogada quase perdida para atacar. Ainda assim, o lateral ganhou no corpo de Di Plácido, evitou a saída da bola e cruzou para Gil, que tentou duas vezes até marcar.

A derrocada alvinegra dá material para um dossiê de falhas, que deixam claro que, apesar de o mental fazer muita diferença, as decisões tomadas pelos atletas em campo nas últimas partidas foram determinantes para as derrotas. Assim como o desajuste coletivo. 

Fonte: Ogol

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