O norueguês Lukasz Krupski é um mecânico que trabalhou na Tesla e revelou diversas informações internas da fabricante, incluindo algumas preocupações com a segurança dos veículos elétricos

Cerca de 100 GB de dados internos foram divulgados pelo ex-funcionário, como relatamos anteriormente. Na época, Joseph Alm, conselheiro administrativo de litígios da Tesla, disse que a empresa acreditava que um “ex-funcionário descontente” usou seu acesso para roubar as informações. Agora está claro que Lukasz Krupski foi o responsável pelo vazamento.

Ele começou a ser notado a partir de março de 2019, quando uma bateria de EV pegou fogo e deixou feridas graves em seu corpo. Ele conseguiu evitar um desastre ainda maior.

A atitude levou Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, a fazer elogios: “Parabéns por salvar o dia!”, escreveu.

No entanto, seu relacionamento com a montadora não era nada bom. Como revelou em entrevista ao The New York Times, Krupski já sofreu assedio, foi ameaçado e depois demitido após reclamar de graves problemas de segurança em seu local de trabalho.

Depois da demissão, o mecânico procurou diversos veículos de imprensa para divulgar os dados internos que obteve da companhia.

Além de dificuldades com o software de assistência ao motorista, as informações vazadas incluem dados de funcionários (até de Musk), dados sobre a cultura interna e problemas de fabricação do Cybertruck.

O próprio vazamento das informações pelo ex-funcionário levanta questionamentos sobre a forma como a Tesla protege a privacidade dos condutores e suas informações confidenciais.

Conforme divulgou o Autoevolution, a polícia norueguesa invadiu o apartamento de Krupski em junho desse ano e conseguiu deter todos os seus dispositivos eletrônicos. A Tesla conseguiu uma liminar no tribunal norueguês que impossibilita que o mecânico distribua mais informações sobre a empresa.

As informações divulgadas levantaram preocupações para a agência de segurança dos EUA, que iniciaram uma investigação sobre o piloto automático e centenas de acidentes envolvendo veículos da Tesla.

Conforme relata o The New York Times, a Autoridade de Proteção de Dados da Holanda está investigando se o vazamento viola as leis de privacidade.

Nos EUA, Benson Pai, ex-trabalhador da equipe de produção da Tesla, processou a empresa alegando que a falta e segurança expôs informações de funcionários que podem ser usadas por criminosos.

Os advogados de Benson estão buscando por aprovação para dar andamento ao processo como uma ação coletiva.

Krupskis pretende processar a empresa pelo acidente de trabalho. Segundo ele, durante o incidente, o fogo poderia ter se espalhado, colocando em risco mais trabalhadores e clientes nas proximidades.