Uma vacina brasileira é uma das melhores candidatas para ser usada em campanhas anuais de vacinação contra a Covid-19. Essas imunizações serão implementadas para crianças e grupos prioritários no Brasil a partir de 2024. E neste contexto, a SpiNTec, desenvolvida com o apoio da FAPESP, é defendida como a melhor (ou uma das melhores) opções para promover a vacinação dos brasileiros.
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Mais eficaz contra variantes da Covid-19
SpiNTec
Os pesquisadores à frente do desenvolvimento da SpiNTec projetaram a vacina de forma a induzir uma resposta das células de defesa conhecidas como linfócitos-T, capazes de reconhecer e combater várias partes da molécula do vírus, não se limitando apenas a um de seus segmentos, como acontece com as vacinas atuais, que visam a proteína spike.
Estamos apostando na possibilidade de termos uma vacina pan, ou seja, que seja eficaz contra todos os tipos de variantes do coronavírus. A vacina já tem sido testada contra variantes em circulação no Brasil, em modelo experimental, e constatamos que conferiu boa proteção. Agora, vamos testar a formulação contra essa última variante.
Ricardo Gazzinelli, líder da equipe responsável pelo desenvolvimento da vacina
Atualmente, a SpiNTec encontra-se na segunda fase de estudos clínicos, iniciada no mês passado. Nessa etapa, 350 voluntários receberão uma dose da vacina e serão acompanhados por um ano. Os níveis de anticorpos e a resposta dos linfócitos T dos voluntários serão comparados com os de um grupo igual de participantes que receberão uma dose de reforço de uma vacina já em uso no Brasil.
O objetivo dessa fase é investigar se a SpiNTec não produz uma resposta imunológica inferior em comparação com a vacina de referência. Se os resultados forem positivos, a vacina avançará para a terceira e última fase de avaliação em seres humanos, que envolverá a aplicação da vacina em 5.000 pessoas.
Um dos desafios nessa etapa final dos testes em seres humanos é a necessidade de dispor no Brasil de uma estrutura industrial que atenda às normas de boas práticas de fabricação para a produção da vacina.
Além do apoio da Finep, o projeto de desenvolvimento da vacina, elaborado pelo CTVacinas em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz Minas), recebeu investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para as etapas de ensaios pré-clínicos e clínicos das fases 1 e 2.
O trabalho também contou com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), da Prefeitura de Belo Horizonte e de emendas parlamentares de deputados de Minas Gerais.
Fonte: Olhar Digital
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