O Ministério da Defesa do Reino Unido apresentou a versão mais recente do Manequim Avançado para Cirurgia (SAM, na sigla em inglês). A ideia é usá-lo para treinar cirurgiões do Exército, simulando lesões que ocorrem nos conflitos – incluindo sangramento realista.

Para quem tem pressa:

Inventado e desenvolvido pelo cirurgião ortopédico civil especializado em traumas graves, o professor Ian Pallister, ao longo de dez anos, a versão mais recente do SAM será usada durante um exercício clínico altamente realista conduzido pelo Centro de Treinamento de Serviços Médicos do Exército (AMSTC, na sigla em inglês), que simula um hospital de campanha para vítimas.

​​Os modelos SAM, que foram embarcados em navios da Marinha Real Britânica e implantados em ambientes terrestres, são o resultado de anos de constante redesenho e desenvolvimento, e essas inovações em evolução não teriam sido possíveis sem a estreita cooperação dos colegas do Serviço Médico de Defesa e do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa.

Professor Ian Pallister, inventor do manequim realista

Manequim (muito) realista

Manequim realista sendo usado em treinamento de cirurgiões do Exército do Reino Unido
(Imagem: Ministério de Defesa do Reino Unido)

Manequins para treinamento existem há bastante tempo. Desde 1967, quando o robô Sim One foi desenvolvido para ensinar anestesistas, manequins de simulação que podem imitar sintomas com crescente realismo têm sido usados para treinar médicos, cirurgiões, enfermeiros, paramédicos, técnicos de emergência médica e socorristas.

No caso da versão mais recente do SAM, o realismo se deve em parte ao design do manequim, que é baseado em tomografias computadorizadas e moldes impressos em 3D de feridas específicas – entre elas: ferimentos por arma de fogo e lesões pélvicas, conforme divulgado pelo governo do Reino Unido.

Tradicionalmente, no AMSTC, usamos um ator como vítima viva com maquiagem para apresentar uma lista de sintomas e lesões. O modelo do Professor Pallister simula, de forma muito realista, feridas de combate que requerem intervenção cirúrgica.

Coronel Jonny Round, assessor clínico para atendimento hospitalar em operações, treinamento de serviços médicos do Exército do Reino Unido

Na prática, isso significa que vai dar para simular no manequim: respiração, vários sinais vitais e entubação. Tudo enquanto o boneco se parece muito com uma vítima realista de um campo de batalha.

O realismo do SAM chega a um ponto em que ele possui tecido “morto” que pode ser removido pelo cirurgião em treinamento. Ele também sangra de maneira humana (por exemplo, simulando sangramento arterial).

“Os cirurgiões têm a oportunidade de operar, e toda a equipe é treinada em um hospital de campanha que replica o ambiente em que serão implantados. Estamos imensamente orgulhosos de que, por meio desse treinamento, podemos fornecer equipes médicas muito qualificadas para operações”, finaliza o coronel Jonny Round.