Cientistas da China anunciaram o nascimento de um macaco com olhos verde fluorescentes. A coloração também foi verificada na ponta dos dedos do filhote e faz parte de um procedimento realizado pelos pesquisadores. Eles usaram células-tronco pluripotentes de dois ovos fertilizados geneticamente distintos da mesma espécie para criar o primata em laboratório.

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Macaco “quimera”

Macaco “quimera” (Imagem: Cao et al., Cell, 2023)

Importância do experimento para o futuro da pesquisa com células-tronco

Segundo Zhen Liu, autor do estudo, o sucesso do procedimento era um objetivo de muito tempo. Ele frisou que esta pesquisa não apenas é relevante para compreender a pluripotência ingênua em outros primatas, incluindo humanos, como também tem implicações práticas para a engenharia genética e a conservação das espécies.

Os pesquisadores chegaram ao macaco “quimérico” ao nutrir e desenvolver de forma cuidadosa o bebê primata dentro do útero da mãe. A partir de testes genéticos e de diversas técnicas, verificou-se que uma grande parte do corpo do bebê macaco era composta por células derivadas das células-tronco introduzidas.

Para garantir a identificação da linhagem de células-tronco, os pesquisadores usaram uma proteína fluorescente verde. Após o nascimento do filhote, essa coloração foi verificada nos olhos e ponta dos dedos do animal, confirmando que o experimento deu certo.

Testes confirmaram que o macaco tem entre 21% e 92% de células originadas das células-tronco injetadas. Para os pesquisadores, a saúde do embrião da mãe e as características das células-tronco podem ter garantido o sucesso do experimento. Eles defendem o exame de células individuais em diferentes estágios de desenvolvimento para melhorar a compreensão.

O experimento é considerado importante para o futuro da pesquisa com células-tronco.