O ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron, retornou ao governo do Reino Unido nesta segunda-feira, 13, após 7 anos afastados depois de ser derrotado no Brexit. Ele se tornou o novo ministro das Relações Exteriores, em um retorno à política surpreendente, anunciou Downing Street. Cameron, 57 anos, tal qual uma fênix que retorna das cinzas faz seu inesperado e surpreendente regresso à política como ministro das Relações Exteriores, em substituição a James Cleverly, novo ministro do Interior. O cargo estava vago com a saída de James Cleverly, que foi nomeado para assumir a pasta do Interior no lugar de Suella Braverman, demitida pelo primeiro-ministro Rishi Sunak após suas críticas à polícia londrina antes da manifestação pró-palestinos que aconteceu no sábado. Como ministro das Relações Exteriores, ele enfrenta dois temas difíceis como a guerra na Ucrânia e o conflito entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
Cameron deixou o poder em 2016, após a vitória do Brexit no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia – ele era favorável à permanência do país no bloco e, após o resultado eleitoral, não teve escolha a não ser renunciar. Essa derrota quase fez sua carreira no Partido Conservador chegar ao fim. Ele representa uma ala mais moderada dentro do partido, em comparação a muito conservadora Suella Braverman ou ao atual primeiro-ministro, Rishi Sunak. “David Cameron tem uma imagem e uma reputação”, elogiou Michael Heseltine, figura popular entre os conservadores e que fez parte dos governos de Margaret Thatcher e John Major, acrescentando que a medida havia “acabado” com o recente “roubo da direita” no partido.
“Esta é a maior mudança que Sunak poderia fazer. Porque é o sinal mais claro de que o desvio para a direita e o movimento antieuropeu que temos visto foram silenciados”, afirmou. Embora essa boa reputação citada por Heseltine tenha sido parcialmente manchada com acusações de contatar ministros em 2021 em nome da empresa financeira Greensill Capital. No entanto, um relatório parlamentar o absolveu de qualquer acusação, mas declarou ter sido inapropriado que fizesse lobby em nome da Greensill, com a qual tinha um “interesse econômico pessoal muito significativo”.
Educado no prestigioso colégio elitista Eton e na Universidade de Oxford, o atual chefe da diplomacia britânica assumiu as rédeas do Partido Conservador muito jovem, tornando-se líder do mesmo em 2005, com apenas 39 anos. Apesar de o Brexit ter sido a sua maior derrota política, a nível pessoal, Cameron viveu uma tragédia familiar. O mais velho de seus quatro filhos, Ivan, nasceu com síndrome de Ohtahara, uma rara combinação de paralisia cerebral e epilepsia grave, e morreu em 2009, aos seis anos. A derrota no referendo chegou após uma série de êxitos de Cameron, que conseguiu levar o seu partido à vitória nas eleições de 2015, alcançando a maioria absoluta. Ele também venceu o referendo da independência da Escócia, em 2014. Em 2019, o ex-premiê lançou um ataque feroz ao seu antigo adversário político e então primeiro-ministro Boris Johnson, acusando-o de apoiar o Brexit apenas para impulsionar sua própria carreira. Após o resultado do referendo, ele havia anunciado que não concorreria às eleições de 2020, querendo dedicar mais tempo à esposa e aos três filhos. Entretanto, diante da nova vaga na chancelaria e um Partido Conservador enfrentando dificuldades e em desvantagem em relação aos Trabalhistas para as eleições em 2024, o político britânico terminou o seu período sabático.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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