Um novo tipo de explosão foi vista no espaço e está intrigando astrônomos. O evento é breve, mas muito brilhante, de um tipo inédito. Apesar de ainda não ser definitivo, um estudo aponta que pode se tratar de um “cadáver estrelar”, morto meses antes, mas ainda tendo “espasmos”.
A primeira explosão foi vista em 2018, desde então uma nova classe de eventos foi criada, a chamada Luminous Fast Blue Optical Transients (LFBOTs) ou Transientes ópticos azuis rápidos luminosos em português. Cerca de um fenômeno do tipo foi visto a cada ano.
Inicialmente os pesquisadores achavam que o brilho dessas explosões se assemelhava ao de uma supernova, mas com uma duração muito menor, desaparecendo em dias e não semanas ou meses. Mas enquanto tentavam entender o que são os LFBOTs, os cientistas se depararam com um novo fenômeno do tipo, no começo deste ano, mas que não se encaixava nas descrições anteriores.
Quando detectado pela primeira vez, o AT2022tsd parecia um típico LFBOT a pouco mais de 4 bilhões de anos-luz de distância. Então, exatamente 100 dias depois, os observadores que ainda acompanhavam viram uma explosão quase tão brilhante como a explosão original.
“Ninguém sabia realmente o que dizer”, disse a Dra. Anna Ho, da Universidade Cornell, em um comunicado . “Nunca tínhamos visto nada parecido antes – algo tão rápido e com brilho tão forte quanto a explosão original meses depois – em qualquer supernova ou FBOT. Nunca tínhamos visto isso, ponto final, na astronomia.”
O que pode ser essa explosão?
O estudo publicado na Nature nesta quarta-feira (15) sugere que a explosão, até então desconhecida, que foi estudada por 15 telescópios em todo o mundo, deve ser um cadáver estelar.
“Não pensamos que mais nada possa produzir este tipo de explosões”, disse Anna YQ Ho , professora assistente de astronomia na Faculdade de Artes e Ciências. “Isto encerra anos de debate sobre o que alimenta este tipo de explosão e revela um método invulgarmente direto de estudar a atividade de cadáveres estelares.” A explicação indica que o cadáver pode ser de uma estrela de neutrons ou de um buraco negro.
“Até onde sabemos, este fenômeno – erupções ópticas em escala de tempo de minutos em luminosidades semelhantes às de supernovas, com variações de amplitude de ordem de grandeza, persistindo por 100 dias – não tem precedente na literatura”.
Agora ainda existem diversos mistérios sobre esse evento cósmico, incluindo sua formação. “Porque o cadáver não está apenas parado ali, ele está ativo e fazendo coisas que podemos detectar”, disse Ho. “Pensamos que estas explosões podem vir de um destes cadáveres recém-formados, o que nos dá uma forma de estudar as suas propriedades quando acabam de se formar.”
Fonte: Olhar Digital
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