Uma pesquisa conduzida por cientistas do Departamento de Patologia e do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) identificou graves consequências da infecção por MPXV em pessoas imunocomprometidas. Numa autópsia em indivíduos com o vírus HIV, foram encontradas lesões em quase todos os órgãos do corpo.

O MPXV é o vírus causador da varíola dos macacos ou mpox. A doença, que pode causar sérias lesões na pele, atingiu mais de 110 países desde 2022. O Brasil foi segundo país que mais teve infecções e o quarto que registrou mais mortes. O estudo foi publicado pela revista The Lancet Infectious Diseases.

Detalhes do estudo:

Tratamentos e medidas preventivas

Amaro Nunes Duarte Neto, um dos autores do artigo, explicou ao Jornal da USP que o mpox pode infectar qualquer pessoa, mas as imunocomprometidas são mais suscetíveis. Ele conta também que medicamentos ainda não se mostram efetivos para o tratamento da doença:

Ainda não está claro se alguns medicamentos antivirais, como o tecovirimat, cidofovir e anticorpos monoclonais com ação contra o MPXV têm benefício clínico comprovado, em estudos bem desenhados e com resultados definitivos, em pacientes com infecção pelo HIV em estado avançado.

Amaro Nunes Duarte Neto em entrevista para o Jornal da USP

O especialista defende, ainda, a necessidade da tomada de medidas preventivas rápidas para evitar novos casos fatais de mpox como uma doença oportunista grave associada à Aids. “Uma delas é a vacinação contra o vírus MPXV, disponível na rede pública de saúde do Brasil”, lembra ele.