Um estudo realizado em um labirinto subaquático de cavernas no México revelou uma enorme quantidade de vida microbiana. A descoberta foi feita depois que mergulhadores investigaram pela primeira vez alguns dos extremos mais inacessíveis do sistema.

Amostras de água e sequenciamento de material genético

A pesquisa foi publicada recentemente na revista Microbiologia Aplicada e Ambientale usou mergulhadores e pesquisadores para recolher amostras dos numerosos buracos no labirinto subaquático. Os mergulhos foram realizados por uma equipe local, a Under The Jungle, que recolheu cerca de 78 porções de águas de 12 regiões diferentes do aquífero.

Depois disso, pesquisadores coordenados pela geobióloga Magdalena Osburn, sequenciaram o material genético presente na água para determinar a abundância de espécies de micróbios no sistema de cavernas.

Os pesquisadores perceberam que as bactérias Comamonadaceae, com forma de bastonetes e com flagelos, desempenham diferentes e importantes funções em diferentes partes do aquífero. Algumas vezes associadas a outros micróbios como as Gemmataceae e as Methyloparacoccus.

Dependendo da região, tem um parceiro diferente. Comamonadaceae e seus parceiros provavelmente têm algum metabolismo mutualístico, talvez compartilhando alimentos.

Magdalena Osburn, em resposta a ScienceAlert

Na pesquisa, também foi detectado a presença de poluentes no labirinto subaquático. Mesmo nos locais mais isolados do aquífero, produtos como fertilizantes, pesticidas, medicamentos e produtos de higiene pessoal conseguiram se infiltrar no sistema.

Um estudo de 2021, apontou que apenas 13 dos 173 buracos formados naturalmente estavam livres de poluentes, mesmo que a maioria dos labirintos subaquáticos seja isolado de atividades humanas.