Finalmente, após quase sete meses de espera desde a primeira tentativa – fracassada – de voo do megafoguete Starship (que terminou em uma explosão), a SpaceX foi autorizada a lançar o veículo novamente.
Com 120 metros de altura, o maior foguete já construído na história da humanidade – e o mais poderoso de todos os tempos – vai decolar da Starbase, instalação da empresa em Boca Chica, no sul do Texas, na sexta-feira (17). O lançamento está programado para ocorrer durante uma janela de duas horas que abre às 10h (pelo horário de Brasília).
Esse momento histórico para a exploração espacial será transmitido em tempo real em todas as plataformas do Olhar Digital – no site, no canal do YouTube e nas redes sociais Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn e TikTok.
Com apresentação de Wharrysson Lacerda, nosso editor-chefe e publisher, Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), a live começa às 9h30.
FAA concede licença para novo lançamento do Starship
No fim de outubro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) anunciou que concluiu a revisão de segurança do Starship, que avalia os riscos que um lançamento pode representar para a saúde pública e a propriedade. No entanto, a SpaceX ainda precisava aguardar a licença para nova decolagem – o que se concretizou nesta quarta-feira (15).
Atualizações foram feitas pela SpaceX após o incidente de abril, tanto no veículo quanto na plataforma de lançamento. Algumas dessas adaptações foram resultado dos dados do voo um, enquanto outras foram realizadas de acordo com as 63 ações corretivas determinadas pela FAA.
Entre as medidas está a implementação de um método de separação de estágios a quente, algo já usado por outros foguetes. À medida que o veículo se aproximar de seu ponto de separação, todos os seis motores no estágio superior acenderão enquanto ainda estiverem no propulsor. O anel em que o estágio superior é colocado permite que os gases se expandam para fora.
A implementação do Controle Eletrônico de Vetores de Empuxo ocorre depois que a explosão tornou uma unidade de potência hidrólica inoperante, desabilitando a capacidade dos motores Raptor do propulsor de controlar sua direção de empuxo. Com novos suportes controlados com motores e sistemas elétricos, os motores agora estão mais isolados.
Outro item por excelência do ponto de vista da segurança é um Sistema de Terminação de Voo (FTS) atualizado. Durante o primeiro voo, a destruição do veículo ocorreu 40 segundos após o envio do comando de terminação FTS, evento que deve acontecer instantaneamente. As atualizações incluem essencialmente mais explosivos para fornecer um término mais garantido durante uma possível anomalia.
A SpaceX também instalou uma série de novas medidas dentro e perto da base de lançamento para proteger a plataforma. Uma das principais adições inclui uma placa de aço refrigerada a água montada diretamente sob a Mesa de Lançamento Orbital. Antes da ignição, a água é pulverizada a partir e ao redor da placa de aço para fornecer resfriamento e amortecimento do som.
Dessa forma, não há trincheira de chamas como visto em outras plataformas de lançamento, então o escapamento dos 33 motores será capaz de se espalhar em todas as direções. A chapa de aço atua desviando a chama do contato imediato com o concreto.
Como será o segundo teste de voo integrado da Starship
Projetado especialmente para levar pessoas e cargas à Lua e a Marte, o Starship também deve ser usado em uma série de outras tarefas, como lançar a maioria dos satélites de internet Starlink 2.0 de próxima geração da SpaceX à órbita da Terra.
O gigantesco complexo veicular é composto de dois estágios: o propulsor Super Heavy, dotado de 33 motores raptor, e a espaçonave Starship, que dá nome ao foguete, com seis motores.
Durante o voo desta sexta-feira, chamado de segundo teste de voo integrado, serão utilizados os protótipos Booster 9 e Ship 25 (que, particularmente neste caso, não serão reaproveitados em outros voos).
Originalmente, seria um teste de voo orbital, no entanto, houve uma mudança nos planos, e o veículo não deve atingir a velocidade suficiente para alcançar a órbita da Terra (que seria de 28.160 Km/h) – provavelmente, em uma tentativa de simplificar a operação.
Se tudo sair conforme o planejado, cerca de 2min50s após a decolagem do foguete, haverá a separação dos dois estágios, com o B9 caindo em um lugar pré-determinado no Golfo do México, enquanto os motores da Ship 25 forem acionados para impulsionar a espaçonave em sua trajetória “quase orbital” sobre o planeta, a cerca de 235 km de altitude.
Aproximadamente 1h30 depois, a cápsula está programada para pousar com a ajuda de paraquedas em um mergulho suave no Oceano Pacífico, a cerca de 35 km da costa do Havaí, próximo à ilha de Kauai.
Antes do lançamento de abril, o Starship não saía do chão havia quase dois anos, e seu voo anterior foi apenas um salto em comparação com o teste de voo integrado. Em maio de 2021, um protótipo de estágio superior de três motores chamado SN15 subiu cerca de 10 km nos céus acima da Starbase antes de voltar à Terra em um pouso vertical.
Fonte: Olhar Digital
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