Sexta-feira, Dezembro 5, 2025
spot_img
Início TECNOLOGIA E ENTRETENIMENTO Pesquisadores brasileiros criam IA para monitorar comerciais de ultraprocessados

Pesquisadores brasileiros criam IA para monitorar comerciais de ultraprocessados

Montagem de pessoa escrevendo sobre desenho de inteligência artificial (IA)

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma inteligência artificial capaz de identificar e classificar alimentos em vídeos publicitários de canais abertos e fechados de televisão. Essa é a primeira vez que a tecnologia é utilizada com esse objetivo. A ideia é que a IA monitore comerciais de alimentos ultraprocessados, ajudando na criação de protocolos internacionais de monitoramento de publicidade de alimentos e órgãos reguladores do Brasil.

Leia mais

IA teve alta precisão na identificação dos comerciais

alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados são nocivos à saúde (Imagem: Niloo/Shutterstock.com)

Tecnologia pode ajudar a melhorar alimentação da população

Os pesquisadores treinaram a IA para reconhecer alimentos em vídeos de comerciais publicitários a partir de dados de gravações de três canais da televisão aberta e dois canais pagos, coletados em meses específicos de 2018 a 2020, seguindo um protocolo internacional de monitoramento de publicidades de alimentos.

A tecnologia analisou mais de 2 mil horas de vídeos de publicidade de diversos produtos e identificou 20 mil publicidades não alimentícias de roupas, carros e eletrônicos, e 703 publicidades de alimentos, incluindo produtos in natura ou minimamente processados e ultraprocessados.

Nos testes realizados, a análise de 1.420 anúncios levou 42 minutos. Em termos de comparação, uma equipe de pesquisa humana levaria duas semanas para analisar a mesma quantidade de anúncios, processo que incluiria gravar um total de 720 horas de programação de oito dias destes canais.

Além de representar uma economia de recursos financeiros, o método validado pelo estudo pode aumentar substancialmente o volume de dados analisados em comparação com os métodos convencionais e simplificar a comparação e o compartilhamento de informação entre instituições e pesquisadores.

Com essa ferramenta, podemos contribuir para o aumento de evidências científicas que irão embasar políticas públicas orientadas a reduzir a exposição individual à publicidade de alimentos não saudáveis, o que pode impactar em melhores escolhas alimentares.

Michele Rodrigues, pesquisadora da UFMG e uma das autoras da pesquisa

O estudo alerta que ainda é preciso estudar o impacto das publicidades de alimentos na saúde pública para enfrentar os desafios globais de nutrição e alimentação, o que exige uma abordagem integrada entre diversas áreas do conhecimento. Agora, os pesquisadores irão investigar estratégias específicas de marketing e expandir a identificação de produtos saudáveis e não saudáveis de alimentação, ampliando o monitoramento para a mídia digital.

Fonte: Olhar Digital

Comentários