Um novo seio biônico, que está em fase de testes, pode ser liberado para uso em pacientes que passaram pelo tratamento de câncer de mama. A previsão de liberação da tecnologia é para esta década. O dispositivo é implantado na pele do peito e conta com sensores de pressão artificiais. O trabalho recebeu aproximadamente US$ 4 milhões, cerca de R$ 20 milhões na cotação atual, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos através dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH).
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Perda da sensação do toque
Como funciona o seio biônico?
A cientista responsável pelo seio biônico é a ginecologista e obstetra da Universidade de Chicago Stacey Lindau. Ela diz que teve a ideia de construir o dispositivo após acompanhar a recuperação da cirurgia reconstrutiva de diversas pacientes.
Um exemplo foi a impossibilidade de sentir o calor e aperto dos abraços dos amigos advinda da falta de sensibilidade pós-cirurgia. Segundo a médica, os seios são um órgão sexual importante para muitas mulheres, e perder a sensibilidade no local seria, para algumas, tão perturbador quanto perder o pênis para os portadores do órgão.
A tecnologia conta com sensores de pressão artificiais implantados sob a pele do seio reconstruído. Quando estimulados, estes dispositivos mandam sinais a eletrodos posicionados abaixo dos braços, que, por sua vez, estimulam nervos intercostais que passam entre as costelas. Esses nervos enviam os sinais ao cérebro, que interpretaria eles como um toque.
O seio biônico será testado em oito pacientes passando pelo processo de mastectomia e reconstrução dos órgãos para garantir que o caminho biônico realmente conseguirá levar os sinais elétricos até os nervos através dos eletrodos. Bioengenheiros também atuam no desenvolvimento dos sensores de pressão artificiais a partir de materiais poliméricos cuja sensação seja próxima à dos tecidos dos seios. O objetivo é garantir que os sensores não irão causar respostas imunes prejudiciais após o implante.
Os pesquisadores esperam usar a tecnologia para além dos pacientes de câncer de mama, podendo aplicar o método em outros membros prostéticos e situações onde pessoas acabem tendo perda de funções sensoriais, devolvendo o toque e a sensação de calor a quem há muito não consegue mais sentir.
As informações são da Live Science.
Fonte: Olhar Digital
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