Dia histórico para a exploração espacial! Após sete meses de expectativa, depois de um primeiro lançamento frustrado em abril, a SpaceX lançou com sucesso seu megafoguete totalmente reutilizável chamado Starship.
[Em atualização]
Com 120 metros de altura, o maior veículo espacial já construído na história da humanidade – e o mais poderoso de todos os tempos – decolou neste sábado (18), às 10h05 da manhã (pelo horário de Brasília), a partir da Starbase, a base de lançamento da empresa em Boca Chica, no Texas.
O gigantesco complexo veicular é composto de dois estágios: o propulsor Super Heavy, dotado de 33 motores raptor, e a espaçonave Starship, que dá nome ao foguete, com seis motores.
Durante este chamado segundo teste de voo integrado, foram utilizados os protótipos Booster 9 e Ship 25 (que, particularmente neste caso, não serão reaproveitados em outros voos).
Cerca de 2min50s após a decolagem do foguete, houve a separação dos dois estágios. Esperava-se que o B9 caísse em um lugar pré-determinado no Golfo do México, enquanto os motores da Ship 25 fossem acionados para impulsionar a espaçonave em sua trajetória “quase orbital” sobre o planeta, a aproximadamente 235 km de altitude. No entanto, algo inesperado aconteceu com o Super Heavy – nada que tenha atrapalhado o processo como um todo (e, por enquanto, não explicado).
Em dado momento, houve uma interrupção no sinal da transmissão da SpaceX – que está sendo acompanhado por Elon Musk, fundador e CEO da empresa.
Em torno de 1h30 depois, a cápsula está programada para pousar com a ajuda de paraquedas em um mergulho suave no Oceano Pacífico, a cerca de 35 km da costa do Havaí, próximo à ilha de Kauai.
Projetado especialmente para levar pessoas e cargas à Lua e a Marte, o Starship também deve ser usado em uma série de outras tarefas, como lançar a maioria dos satélites de internet Starlink 2.0 de próxima geração da SpaceX à órbita da Terra.
Olhar Digital transmite ao vivo o lançamento do foguete Starship
Esse momento histórico está sendo transmitido em tempo real em todas as plataformas do Olhar Digital – com apresentação de Bruno Capozzi, nosso editor-executivo, e de Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), além da participação especial do astrônomo amador Luzardo Júnior, professor universitário, piloto de aeronaves, pós-graduado em astrobiologia e coordenador de astronáutica do Grupo de Estudos e Divulgação de Astronomia de Londrina/PR (GEDAL).
O lançamento estava programado para quinta-feira (17), mas foi reagendado por motivos técnicos. “Precisamos substituir um atuador de aleta de grade, então o lançamento foi adiado para sábado”, escreveu Elon Musk, fundador e CEO da empresa, no X (antigo Twitter, sem fornecer mais detalhes sobre o problema.
Atualizações feitas pela SpaceX após lançamento explosivo
No fim de outubro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) anunciou que concluiu a revisão de segurança do Starship, que avalia os riscos que um lançamento pode representar para a saúde pública e a propriedade. No entanto, a SpaceX ainda precisava aguardar a licença para nova decolagem – o que se concretizou na quarta-feira (15).
Atualizações foram feitas pela SpaceX após o incidente de abril, tanto no veículo quanto na plataforma de lançamento. Algumas dessas adaptações foram resultado dos dados do voo um, enquanto outras foram realizadas de acordo com as 63 ações corretivas determinadas pela FAA.
Entre as medidas está a implementação de um método de separação de estágios a quente, algo já usado por outros foguetes. Com isso, à medida que o veículo se aproximou de seu ponto de separação, todos os seis motores no estágio superior acenderam enquanto ainda estavam no propulsor. O anel em que o estágio superior é colocado permite que os gases se expandam para fora.
A implementação do Controle Eletrônico de Vetores de Empuxo ocorre depois que a explosão tornou uma unidade de potência hidráulica inoperante, desabilitando a capacidade dos motores Raptor do propulsor de controlar sua direção de empuxo. Com novos suportes controlados com motores e sistemas elétricos, os motores agora estão mais isolados.
Outro item por excelência do ponto de vista da segurança é um Sistema de Terminação de Voo (FTS) atualizado. Durante o primeiro voo, a destruição do veículo ocorreu 40 segundos após o envio do comando de terminação FTS, evento que deve acontecer instantaneamente. As atualizações incluem essencialmente mais explosivos para fornecer um término mais garantido durante uma possível anomalia.
A SpaceX também instalou uma série de novas medidas dentro e perto da base de lançamento para proteger a plataforma. Uma das principais adições inclui uma placa de aço refrigerada a água montada diretamente sob a Mesa de Lançamento Orbital. Antes da ignição, a água é pulverizada a partir e ao redor da placa de aço para fornecer resfriamento e amortecimento do som.
Dessa forma, não há trincheira de chamas como visto em outras plataformas de lançamento, então o escapamento dos 33 motores será capaz de se espalhar em todas as direções. A chapa de aço atua desviando a chama do contato imediato com o concreto.
Antes do lançamento de abril, o Starship não saía do chão havia quase dois anos, e seu voo anterior foi apenas um salto em comparação com o teste de voo integrado. Em maio de 2021, um protótipo de estágio superior de três motores chamado SN15 subiu cerca de 10 km nos céus acima da Starbase antes de voltar à Terra em um pouso vertical.
Fonte: Olhar Digital
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