Um grupo de astrônomos descobriu que alguns exoplanetas estão ficando menores. Segundo eles, essa diminuição é justificada pela perda de atmosfera desses corpos, que é causada por ação própria.
Para quem tem pressa:
Sabe-se que cerca de 90 toneladas de ar do manto protetor da Terra, responsável por abrigar a vida, escapam para o espaço todos os dias porque nossa atmosfera é aquecida pelo Sol. Essa quantidade é tão pequena que levariam cerca de 15 bilhões de anos para o nosso mundo ficar completamente sem essa proteção.
No entanto, nos exoplanetas observados, as atmosferas estão se perdendo de dentro para fora, num processo conhecido como “perda de massa alimentada pelo núcleo”.
A descoberta foi descrita em um novo estudo publicado na última semana no periódico científico The Astronomical Journal, feito com base em dados obtidos pela missão Kepler 2, da NASA. A equipe procurou por planetas maiores que a Terra e menores que Netuno orbitando estrelas em dois aglomerados estelares: o do Presépio (ou da Colmeia), que tem cerca de 600 milhões de anos, e o das Hyades, com 800 milhões.
Perda da atmosfera de dentro para fora
Poucos exoplanetas sub-Netunos com cerca de 1,5 vezes o tamanho da Terra já foram detectados encontrados, e os pesquisadores até hoje não entendem o porquê. Agora, com o novo estudo, acredita-se que isso se deva a mecanismos responsáveis por encolher esses mundos.
Os cientistas de exoplanetas têm agora dados suficientes para dizer que esta lacuna não é um acaso. Há algo acontecendo que impede os planetas de atingir e/ou permanecer neste tamanho.
Jessie Christiansen, principal autora do estudo, em comunicado
Uma das hipóteses diz que os núcleos aquecidos dos exoplanetas estão empurrando suas atmosferas para fora. Uma teoria alternativa é um fenômeno conhecido como fotoevaparoção, por meio do qual a atmosfera é destruída pela radiação estelar, mas esse processo geralmente acontece nos primeiros 100 milhões de anos da vida de um planeta.
Essa última teoria é mais improvável, porque os exoplanetas observados no estudo estão orbitando estrelas mais velhas que isso, e provavelmente se formaram depois – o que reforça a ideia de que eles estão encolhendo de dentro para fora, por ação de seus núcleos.
Fonte: Olhar Digital
Comentários