A OpenAI está envolvida em “discussões intensas” para superar a crise interna que levou à ameaça de renúncia da maioria de seus funcionários. A vice-presidente de assuntos globais, Anna Makanju, divulgou um memorando interno, revelado pela Bloomberg, no qual busca reunir a equipe após a saída conturbada de Sam Altman, ex-CEO da empresa, e a nomeação do ex-CEO da Twitch, Emmett Shear, como seu substituto temporário.

Para quem tem pressa:

Mais de 700 dos 770 funcionários assinaram uma carta, na segunda-feira (20), ameaçando renunciar caso Altman não fosse reintegrado. Makanju informou que a administração está em contato com Altman, Shear e o conselho, mas ainda não há uma resposta final. E o ex-CEO da OpenAI foi recrutado pela Microsoft — maior acionista da OpenAI — para liderar uma nova equipe de inteligência artificial.

OpenAI sem Sam Altman

Sam Altman
(Imagem: jamesonwu1972/Shutterstock)

O caos que envolve a startup estadunidense, que deu início a uma frenesi global de desenvolvimento de IA generativa, tem o potencial de remodelar o mundo da inteligência artificial.

A ameaça de uma saída em massa seguiu um final de semana turbulento no qual o conselho da OpenAI desafiou pedidos de investidores e executivos para trazer Altman de volta. O “pai do ChatGPT” foi demitido após desentendimentos com o conselho sobre a rapidez para desenvolver e monetizar a inteligência artificial.

Há um forte impulso fora da OpenAI para que Altman seja reintegrado também. Outros investidores da OpenAI, liderados pela Thrive Capital, tentam viabilizar seu retorno, disseram ouvidas pela Bloomberg.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse, em entrevista à Bloomberg Television, que nem ele se oporia ao retorno de Altman à OpenAI. A Microsoft, que se comprometeu a investir até US$ 13 bilhões (aproximadamente R$ 63 bilhões) na OpenAI, se beneficia se Altman estiver liderando a OpenAI ou trabalhando sob seu teto, disse Nadella.

OpenAI
(Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Até sexta-feira (17), o conselho da empresa era composto por Altman, o presidente Greg Brockman, o cientista-chefe Ilya Sutskever, o CEO da Quora, Adam D’Angelo, a empresária de tecnologia Tasha McCauley e Helen Toner, diretora de estratégia do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente de Georgetown. Após a saída de Altman, Brockman renunciou em protesto.

Sutskever mais tarde disse que “lamentava profundamente” sua participação na demissão, e acrescentou seu nome à carta dos funcionários ameaçando renunciar.

“Continuamos examinando opções mutuamente aceitáveis e temos uma reunião agendada para amanhã de manhã”, escreveu Makanju. “Essas discussões intensas podem se arrastar, e sei que pode parecer impossível ser paciente”.

Ela acrescentou uma palavra de tranquilidade para os funcionários: “Saibam que temos um plano pelo qual estamos trabalhando”.