O Brasil não vence uma Copa do Mundo há mais de 20 anos, mas fora dos campos de futebol tem ganhado premiações tão importantes quanto. Uma pesquisadora brasileira, recebeu o Prêmio Augustin-Pyramus de Candolle, considerado a ‘Copa do mundo‘ da taxonomia de plantas, por conta do estudo de um grupo de 80 espécies de margaridas “espinhosas”.

Paola de Lima Ferreira, doutora pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), é a primeira brasileira e a quarta mulher a receber o prêmio mais importante do campo. Ele é concedido pela Sociedade de Física e História Natural de Genebra a cada quatro anos e foi entregue a pesquisadora durante cerimônia oficial em março, na Suíça.

Detalhes sobre o estudo das margaridas “espinhosas:

A Quimiotaxonomia é uma disciplina científica que analisa a química como base para a taxonomia – ciência da classificação dos seres vivos. Ela é usada como ferramenta para a compreensão da diversidade biológica.

Biodiversidade e preservação

As coletas de Paula de Lima estão no Herbário do Departamento de Biologia da FFCLRP (Herbário SPFR). No local, os materiais serão utilizados para pesquisas de morfologia e distribuição geográfica. Segundo o orientador do estudo, Milton Groppo, as descobertas de Lima são preciosas:

 A diversidade química que Paola encontrou na subfamília Barnadesioideae é uma ferramenta valiosa para a compreensão da diversidade biológica e a inferência de tendências evolutivas

Milton Groppo para o Jornal da USP

Lima explica que o estudo das plantas da subfamília Barnadesioideae pode ser útil para entender também as mudanças climáticas, já que essas plantas são encontradas em lugares mais frios, como a Patagônia e os Páramos dos Andes, tornando-as sensíveis às alterações. Além disso, destaca a importância dos resultados:

Só conseguimos preservar a biodiversidade se compreendermos e descrevermos as suas características

Paola de Lima Ferreira, em entrevista para o Jornal da USP