Estudos recentes sobre os efeitos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho estão analisando as mudanças em empregos e salários, buscando identificar impactos positivos e negativos.

Embora ainda sejam parciais e restritas a segmentos, as pesquisas estão adotando metodologias mais rigorosas para oferecer uma visão mais precisa do que simples impressões pessoais.

Queda na procura por trabalhadores

Um estudo realizado nos Estados Unidos envolvendo milhares de pequenas empresas e freelancers constatou uma redução de 2% na procura por esses trabalhadores, acompanhada de uma queda superior a 5% em seus salários desde o lançamento do ChatGPT.

Ao todo, foram analisadas diversas ocupações on-line, como:

Apesar dos poucos dados, a pesquisa trouxe conclusões importantes: a IA não apenas reduz a oferta de emprego, mas também diminui o valor do trabalho mais especializado.

Além disso, a velocidade com que a ferramenta impacta empregos e salários é maior para os profissionais mais qualificados, resultando na diminuição da desigualdade nesse mercado de trabalho.

Outras possibilidades

Outro estudo, realizado pela Universidade de Harvard analisou, o impacto da inteligência artificial nas atividades de consultoria a empresas e governos.

O resultado mostrou que analistas e planejadores que utilizaram o ChatGPT como assistente melhoraram em cerca de 40% a qualidade de seus relatórios, quando comparados aos que não utilizaram a tecnologia.

Ambas as pesquisas indicam que modelos generativos são eficientes para resumir o conhecimento humano, impactando diretamente trabalhadores qualificados com habilidades semelhantes às dos modelos de inteligência artificial.

Por outro lado, trabalhadores que precisam analisar dados, tabelas e gráficos de modo mais cuidadoso, que buscam uma análise mais sofisticada, são muito menos atingidos pelo avanço dos modelos generativos.

Mão robótica pressionando tecla de notebook
(Imagem: sdecoret/Adobe Stock)

Impactos regulatórios

Os pesquisadores apontam que esses resultados, ainda que iniciais, sugerem o desenvolvimento de pelo menos três grandes linhas de pesquisa:

Ou seja, fica evidente que o esforço para regular a IA vai além das atuais medidas de proteção de dados. O Brasil, portanto, precisa de uma nova agência pública dedicada a regular essa tecnologia revolucionária, que molda nossas vidas em todas as suas dimensões.