Sem surpresas, a Liga Nacional de Futsal coloca frente a frente as melhores campanhas da temporada. Joinville e Atlântico estiveram na parte de cima da tabela desde o início da competição e promovem um duelo sem favoritos em busca do caneco. Além do equilíbrio nas suas trajetórias parecidas, os dois times protagonizam um embate entre a melhor defesa contra o melhor ataque.
No ditado popular dos esportes coletivos, ficou estabelecido que “o melhor ataque é a defesa”. O Atlântico adaptou esta máxima para o seu estilo e se consolidou como o maior poder ofensivo da LNF a partir da sua marcação agressiva. Com pressão forte, recuperando bolas próximo ao gol e forçando erros do adversário, o Galo dominou a briga pelo ataque mais letal ao anotar 142 gols durante a competição. A média do time gaúcho chegou a quase cinco tentos por partida.
Não à toa, o Atlântico sintetizou sua potência ofensiva no frenético jogo de 10 a 7 contra o Cascavel, um recorde em playoffs da Liga. No agregado da semifinal, a equipe de Erechim balançou as redes 16 vezes.
Somente o quarteto titular formado por Neguinho, William, Richard e Kauê marcou 84 gols na competição. A marca é superior ao número de gols anotados por 18 dos 24 times que disputam a Liga Nacional. Tal campanha coloca o Atlântico com três representantes no Top-5 goleadores da Liga.
Quem terá a missão de parar o ataque mais letal da Liga é simplesmente a defesa mais difícil de ser vazada. O Joinville construiu uma fortaleza na sua retaguarda e pavimentou uma campanha com poucos gols sofridos até aqui.
O JEC tomou apenas 48 gols nesta edição da Liga. Foram 37 sofridos durante a fase classificatória e 11 nos playoffs. A média de bolas nas redes do JEC é de 1,6. A única abaixo dos dois gols levados por partida.
Outro clichê do futebol, e do futsal, é de que uma boa defesa começa por um bom goleiro. O JEC segue à risca este mandamento e tem debaixo das traves o goleiro da seleção brasileira. Willian, ídolo do clube, faz sua partida de despedida neste domingo e, após uma década, deixa sua casa para atuar na Rússia.
Outro nome de confiança na zaga do Coelho é o fixo Henrique Viana. Campeão da temporada passada com o Corinthians, o defensor busca o bicampeonato consecutivo – Kauê, do Atlântico, também persegue esta marca. Henrique exerceu um papel fundamental na solidez defensiva do time catarinense, além de assumir a liderança e a faixa de capitão, depois da lesão que tirou o ala Xuxa desta temporada.
Esta edição da Liga também coloca na decisão dois dos clubes que mais investiram em contratações no começo da temporada. Com projetos de reconstrução de elenco, JEC e Atlântico deram resposta imediata e chegam à final justificando os gastos feitos.
Vice-campeão na temporada passada, o Galo remodelou seu elenco. Apenas seis jogadores permaneceram, com destaque para o goleiro João Paulo, o único titular nas duas campanhas.
Nomes como William Bolt, eleito o melhor ala-direito da última temporada, Kauê, campeão com o Corinthians, e Neguinho, fixo da seleção brasileira, lideraram os principais investimentos do time de Erechim.
Do outro lado, o Joinville começou seu projeto a partir do novo treinador. Cassiano Klein chegou com o status de técnico campeão da Libertadores e da LNF pelo Cascavel. Junto ao técnico, chegaram Kevin Farias, Ernani e Gurgel também da Serpente. Além de nomes conhecidos do futsal como Éder Lima, Roni, Henrique, Rafinha e Fernando Drasler.
O equilíbrio entre os dois clubes é refletido desde os investimentos até o desempenho dentro de quadra. Em Toledo, neste domingo, pela primeira vez em jogo único, Atlântico e Joinville buscarão a tão sonhada taça da Liga Nacional. O Galo quer sair da fila e levantar o título inédito, enquanto o Coelho quer reviver a conquista de seis anos atrás.
Fonte: Ogol
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