Escolhido para liderar o projeto do Grupo City para o Bahia, Renato Paiva não ficou o tempo esperado, e não deixou saudades. A relação, conturbada, terminou por opção do treinador, e com muitas mágoas. Em entrevista ao jornal português O Jogo, o técnico repassou os problemas que levaram a decisão de pedir demissão.
O primeiro, claro, foram os resultados. Embora destaque que o Bahia não estava na zona de rebaixamento, Renato Paiva reconheceu que seu trabalho não vinha surtindo o efeito esperado na tabela.
“(Os resultados) Não estavam a acompanhar a evolução da equipe”, lamentou.
No entanto, os bastidores que levaram a isso foram muito mais conturbados. Sem citar nomes, Renato Paiva explicou que a liderança do Departamento de Performance não estava em “sintonia” com sua equipe técnica, e em “conflito permanente com o nosso preparador físico”. Para piorar, o treinador sentiu que nunca teve o apoio devido da diretoria.
“Não gostei do silêncio da estrutura do Bahia em relação à contestação externa que me foi feita. Comecei a sentir que as pessoas, o diretor esportivo, o CEO, etc, não defendiam o treinador quando este era atacado”, revelou.
Por fim, Renato Paiva confirmou a importância do famigerado caso das “orelhas de burro” na sua decisão. A postagem ofensiva da torcida não foi o principal problema, mas a forma como a direção deixou de o defender.
“Também não gostei que a direção ignorasse o comunicado da claque do clube em que sugeriam o meu despedimento e colocaram uma fotografia minha com orelhas de burro. Foi-me dito que em termos públicos não iria haver nenhuma posição do clube, o que me magoou profundamente”, confessou.
Renato Paiva poupou apenas os seus comandados de críticas. Para o treinador, o grupo sempre demonstrou apoio ao seu trabalho.
“Nunca tive um grupo como o do Bahia. A reação dos jogadores foi carregada de dramatismo, de emoção, muitos choraram”, recordou.
Fonte: Ogol
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