A Venezuela iniciou nesta quinta-feira, 28, uma ação defensiva militar após a chegada de um navio britânico na Guiana. Essa operação acontece em um momento de fragilidade entre os dois países que disputam Essequibo, um território rico em petróleo. “Ordenei a ativação de uma ação conjunta de toda a Força Armada Nacional Bolivariana sobre o Caribe Oriental da Venezuela, sobre a Fachada Atlântica, uma ação conjunta de caráter defensivo e em resposta à provocação e à ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania de nosso país”, disse Maduro em uma transmissão de rádio e televisão, acompanhado do alto comando das forças armadas. A ação defensiva desencadeou na mobilização de mais de 5.600 militares. Mais cedo, o governo de Maduro já tinha exigido a retirada da embarcação “HMS Trent”, que já se encontrava no Caribe e que, como o Reino Unido anunciou no domingo passado, seguia para a ex-colônia britânica para participar de exercícios militares antes do fim do ano. “A Venezuela rejeita, de maneira categórica, a chegada do navio da Marinha britânica ‘HMS Trent’ à costa da Guiana, o que se torna um ato de provocação hostil”, afirmou o governo em um comunicado oficial.
“A presença do navio militar é extremamente grave”, razão pela qual “a Venezuela insta as autoridades da Guiana a tomarem ações imediatas para a retirada do navio ‘HMS Trent’ e a se absterem de continuar envolvendo potências militares na controvérsia territorial”, acrescentou o texto. A Guiana por vez, nega que o país tenha “planos de uma ação ofensiva” contra a Venezuela. “Estas são medidas de rotina que são planejadas há muito tempo, são parte da construção da capacidade defensiva”, disse vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo durante uma coletiva de imprensa. “Não planejamos invadir a Venezuela, o presidente Maduro sabe disso […] Não temos nenhum plano de tomar uma ação ofensiva contra a Venezuela”. Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Guiana afirmou que o navio britânico HMS Trent chegará à sua costa na sexta-feira e ficará em seu território por “menos de uma semana” para exercícios de defesa em mar aberto. Não está previsto que atraque em Georgetown.
Participaram do primeiro dia de ação defensiva da Venezuela caças F-16 e Sukhoi russos, além de embarcações, navios-patrulha, lanchas armadas com mísseis e veículos anfíbios. Os exercícios foram mobilizados a partir do estado de Sucre (nordeste), perto de Trinidade e Tobago, em frente aos limites das águas disputadas com a Guiana. Em disputa há anos, a tensão entre os países aumentou no começo de dezembro após um referendo de Maduro que permitia a anexação de Essequibo, região que de 160.000 km² rica em recursos naturais, que a Venezuela alega lhe pertencer, mas que atualmente está sob controle da Guiana, antiga colônia britânica.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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