O Banco Central da Argentina anuncia a circulação de novas notas de maior valor para combater a hiperinflação.
O Banco Central da Argentina anunciou na quinta-feira, 11, que lançará novas notas de 10 mil e 20 mil pesos ainda este ano. A decisão veio após a taxa de inflação anual do país ultrapassar 211% em dezembro. Em 2023, o banco central já havia introduzido uma nota de 2.000 pesos, que é atualmente a de maior valor disponível.
Na quinta-feira, a cotação oficial do dólar no país era de 835 pesos, enquanto o dólar informal, conhecido como “blue”, atingia 1.120 pesos. Com base nessas cotações, as novas notas teriam valores equivalentes a US$ 12,26 e US$ 24,53 (cotação oficial) ou US$ 8,92 e US$ 17,85 (cotação paralela).
A introdução de notas de maior valor ocorre em um momento em que o novo presidente ultraliberal, Javier Milei, está tentando combater a hiperinflação por meio de medidas de austeridade. Dados recentemente divulgados mostraram que a taxa de aumento dos preços ao consumidor atingiu o nível mais alto desde a década de 1990.
A Argentina agora supera a Venezuela, que por muito tempo foi conhecida pela inflação descontrolada na América Latina. No ano passado, a inflação venezuelana caiu para cerca de 193%. No entanto, após a desvalorização de mais de 50% na taxa de câmbio oficial decidida por Milei em dezembro, os setores que registraram as maiores altas de preços no último mês foram bens e serviços (32,7%), saúde (32,6%), transporte (31,7%) e equipamentos e manutenção do lar (30,7%).
Para combater a escalada de preços e o déficit nas finanças públicas, o presidente Milei implementou medidas de austeridade. Isso inclui a redução de subsídios para tarifas de energia e transporte, a paralisação de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda não começaram e uma desvalorização da moeda de mais de 50%. Essas medidas ocorrem dentro de um regime de controle cambial que existe há anos na Argentina e que inclui diversas taxas de câmbio diferentes.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários