O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, nesta quinta-feira, 18, que os ataques contra o grupo rebelde houthis, aliados do Irã, vão continuar mesmo que não consiga deter a ofensiva contra os navios no Mar Vermelho. “Os ataques estão impedindo os Houthis? Não. Eles vão continuar? Sim”, disse Biden antes de embarcar no Força Aérea Um, avião da Presidência dos EUA, para deixar a Casa Branca. Nesta quinta, os EUA anunciaram que atacaram mais uma vez mísseis do grupo rebelde, como já havia feito na noite de quarta-feira. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, declarou: “Fizemos de novo esta manhã, atacando mísseis […] que acreditamos que estavam prontos para serem lançados ao Mar Vermelho.” Esse é o quinto ataque que os Estados Unidos realizam contra os rebeldes desde que eles começaram a revidar os ataques contra embarcações comerciais. Cerca de 12% do comércio marítimo global passa, em tempos normais, pelo Estreito de Bab al Mandeb, que controla o acesso ao sul do Mar Vermelho. No entanto, desde meados de novembro, a quantidade de porta-contêineres caiu 70%, segundo especialistas do setor.
Em meio ao risco de uma escalada regional em torno de Israel e Hamas, os ataques dos Estados Unidos acontecem horas depois de Washington classificar, mais uma vez, os rebeldes iemenitas como um grupo “terrorista”. “Esses ataques são uma definição clássica de terrorismo”, disse uma das autoridades, que insistiu que, em vez de uma mudança generalizada de atitude por parte dos houthis, o que os EUA estão buscando é a cessação dos ataques no mar Vermelho devido à sua importância para o comércio internacional. A classificação dos houthis como terroristas vai entrar em vigor no dia 16 de fevereiro, mas autoridades americanas garantiram, em ligação com jornalistas, que os EUA “considerarão” suspendê-la se os houthis cessarem seus ataques no mar Vermelho. O governo presidido por Joe Biden optou por listar o grupo rebelde como “Terrorista Global Especialmente Designado” (SDGT, na sigla em inglês), em vez de uma “Organização Terrorista Estrangeira” (FTO) porque as sanções impostas são mais leves.
Os EUA buscam “cortar o financiamento” dos houthis por meio do sistema financeiro internacional sem impedir o fluxo de alimentos – o Iêmen importa 90% de seus alimentos -, medicamentos e ajuda humanitária para as áreas sob seu controle. Por exemplo, a designação SDGT não implica em sanções para aqueles que fornecem “apoio material” aos houthis, nem prevê proibições de viagem, como faz a listagem FTO. O ex-presidente Donald Trump (2017-2021) designou os houthis como “terroristas” em uma de suas últimas decisões como presidente, mas o governo presidido por Joe Biden rescindiu a medida pouco depois de chegar à Casa Branca, para não agravar a crise humanitária no Iêmen. Há anos, as Nações Unidas consideram a situação no Iêmen a maior crise humanitária do planeta.
Apoiados pelo Irã, os huthis afirmam agir apenas contra barcos israelenses ou vinculados com este país, em “solidariedade” aos palestinos da Faixa de Gaza no âmbito da guerra entre Israel e Hamas. Junto com o Reino Unido, os Estados Unidos lideram a resposta internacional a esses ataques, com o apoio adicional de Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos. A Dinamarca, sede do gigante logístico Maersk, que interrompeu temporariamente o trânsito no Mar Vermelho, anunciou hoje que quer se juntar à coalizão. Um responsável militar huthi disse à emissora ‘Al Masirah’ que o grupo continuaria “atacando barcos israelenses que se dirijam aos portos da Palestina ocupada, sem importar o que os agressores americanos e britânicos tentem fazer para impedi-lo”. Os rebeldes também declararam como “alvos legítimos” os interesses americanos e britânicos na região. Na semana passada, Estados Unidos e Reino Unido atacaram quase 30 posições no Iêmen.
*Com informações das agências internacionais
Fonte: Jovem Pan News
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