Nova temporada, nova vida. Dez meses após ameaçar abandonar a carreira, com apenas 18 anos, Isaac começa 2024 com novo ânimo. Um dos destaques da equipe alternativa do Fluminense neste início de Carioca, o ponta comemorou seu primeiro gol como profissional na vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa.
O tema saúde mental tem sido cada vez mais discutido no futebol. Apenas nas últimas duas semanas vimos dois casos em destaque, com perfis diferentes. Lenda do futebol francês e ídolo do Arsenal, o craque aposentado Thierry Henry revelou que teve de lidar com a depressão provavelmente ao longo de toda a carreira. No Brasil, Diego Rosa, ainda uma promessa de 21 anos, ameaçou parar após começar a temporada sob pressão após um início turbulento como profissional.
No caso específico de Isaac, diversos fatores o levaram a questionar sua vida profissional antes mesmo dela engrenar. A gota d’água foi uma lesão no nariz – apenas uma de uma série que o castigou no salto da base para os profissionais. Mas o jovem piauiense já havia passado por grandes percalços mesmo antes de chegar ao Fluminense, com 16 anos, e sofria ainda com o luto pela morte do pai, vítima de câncer, em 2022. Tudo estourou em março de 2023.
“Vou desistir do futebol, não é mais para mim”, escreveu através das redes sociais.
A mensagem é parecida com a que Diego Rosa, do Bahia, publicou semana passada após sofrer com vaias. Diego que, assim como Isaac, entrou em campo e marcou gol no fim de semana, dando sinais de que a volta por cima pode ser rápida. Ambos foram acolhidos de imediato dentro de seus clubes.
Nascido em Teresina, no Piauí, Isaac teve de passar por diversas provações muito cedo em busca do sonho de ser jogador profissional, como é comum pelo Brasil, ainda mais quando se nasce em um estado com pouca tradição no futebol. Na busca por afirmação, o candidato a atleta chegou a pensar em desistir pela falta de oportunidades, até ser chamado para uma experiência no Fluminense, por onde seu irmão mais velho, Gean Rodrigues, passou na base.
Isaac chegou ao Fluminense aos 16 anos e não demorou a chamar atenção. Mas voltaria a pensar em parar em 2022, com a morte do pai, grande apoiador de sua carreira. O ponta voltou para o Piauí, junto à família, e acreditou que não teria forças para retornar ao treinos com o Fluminense. E elas não voltaram tão cedo, mas o jovem decidiu que era preciso lutar, e mesmo sem o prazer e foco de outros momentos, retornou à rotina na base.
Tratado como um dos mais promissores de sua idade, o ponta ganhou de vez os holofotes no início de 2023, com a participação na Copinha. Foi uma experiência breve, de três jogos, mas com quatro assistências, um gol e grandes jogadas individuais.
As expectativas cresceram exponencialmente após as boas atuações na mais famosa competição de base do Brasil. Isaac passou a se dividir entre o sub-20 e os profissionais, e tudo parecia correr da melhor forma na sua transição… Mas o atacante ainda vivia o luto, e as lesões começaram a ser um problema até o ponto de ruptura citado acima.
Com apoio psicológico e voto de confiança de Fernando Diniz, Isaac retornou a ativa após ameaçar parar mais uma vez. Em 2023, o ponta atuou em 12 jogos pelo time de Fernando Diniz, com uma assistência apenas. Não foi uma decepção, mas também não brilhou. Seguiu em frente e atravessou mais uma barreira.
Ao marcar seu primeiro gol profissional, Isaac comemorou efusivamente. Que a dança ao fim seja um sinal de uma nova fase.
QUE ISSO ISAAC 🕺 pic.twitter.com/rE1AX2WbnB
Fonte: Ogol
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