A Operação Vigilância Aproximada investiga o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e alegações de uso indevido do sistema de inteligência
A Polícia Federal (PF) alega que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tentou fabricar evidências associando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e deputados federais opositores à gestão de Jair Bolsonaro ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa informação consta em um relatório enviado ao STF para justificar buscas em endereços ligados ao ex-diretor da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem, na Operação Vigilância Aproximada.
Segundo a PF, essas ações apresentaram um grave viés político, representando mais um episódio de instrumentalização da Abin. O relatório também aponta tentativas de criar fatos desconectados da realidade para associar parlamentares, como os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, ao PCC, com essas notícias falsas sendo disseminadas em grupos bolsonaristas.
Além disso, a PF descobriu documentos que indicam o uso indevido do sistema de inteligência da Abin para monitorar uma promotora de Justiça do Rio de Janeiro envolvida na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Esses documentos têm a mesma identidade visual de relatórios apócrifos produzidos pela estrutura paralela da Abin.
A PF também afirmou que essa estrutura paralela da Abin foi politizada, realizando ações de inteligência para atacar as urnas eletrônicas. Além disso, servidores da Abin teriam produzido informações que beneficiaram a defesa dos filhos de Bolsonaro em investigações criminais, compartilhando relatórios para subsidiar o senador Flávio Bolsonaro na investigação das “rachadinhas” e Jair Renan em inquéritos sobre tráfico de influência, estelionato e lavagem de dinheiro. O senador negou ter sido favorecido e considerou as alegações como tentativas de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan News
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